domingo, 28 de agosto de 2011

Hospital das Clínicas à venda

O governo Geraldo Alckmin e médicos se mobilizam para votar em setembro um projeto de lei que formaliza no Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo o atendimento a planos de saúde - sistema conhecido como "porta dupla".
De autoria do Executivo, o texto dá autonomia para a instituição criar ou extinguir cargos e contratar funcionários pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O Ministério Público Estadual deve entrar com ação se a medida for aprovada.
O projeto, de autoria do ex-governador Cláudio Lembo, passou por diversas modificações, mas manteve um dos trechos mais polêmicos: o que permite a venda de serviços de pesquisa e assistência por meio das fundações de apoio do hospital. Argumenta-se que os recursos obtidos são necessários para melhorar o serviço prestado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
José Otávio Auler Júnior, do Conselho Deliberativo do HC, diz que nas duas portas a instituição oferece o mesmo "tratamento de excelência". Porém, conforme mostrou reportagem do Estado em janeiro, o tempo de espera pelo atendimento é bem diferente. No Incor, por exemplo, enquanto pacientes do SUS aguarda até 14 meses por alguns procedimentos, não há filas para clientes de convênios. Hoje, cerca de 3% dos atendimentos são particulares. A receita gerada - cerca de R$ 100 milhões - corresponde a 9% do orçamento.
Auler Júnior revela que o projeto está sendo mais uma vez modificado e a nova redação vai garantir que "a vocação do HC é para o atendimento dos pacientes do SUS". O gestor ressalta a necessidade de mais autonomia. "O atual plano de cargos e salários é de 1977 e está desatualizado com a realidade atual da medicina. Não prevê, por exemplo, perfis profissionais que surgiram com o desenvolvimento tecnológico, fundamentais no ambiente hospitalar moderno", afirma.
Embora considere positiva a redução da burocracia, a especialista em saúde pública Ligia Bahia aponta um lado negativo dessa autonomia. "O hospital vai poder escolher quais casos vai atender. Não fica mais obrigado a seguir o que a rede pública determina. Poderá assumir um perfil que não é o mais adequado."
Ligia diz que, no longo prazo, os recursos trazidos pelos convênios não vão se reverter na expansão da capacidade instalada. "E a privatização do hospital o afastará das fontes públicas, especialmente do governo federal, que são essenciais para investimentos de maior vulto."


Com o Estadão
Bye blog do Celso jardim

Resolução da ANS amplia cobertura obrigatória para planos de saúde

Entre novos procedimentos estão 41 cirurgias por vídeo e 13 exames; obrigatoriedade de atendimento vale a partir de 1º de janeiro de 2012.

 A Agência Nacional de Saúde (ANS) publicou nesta terça-feira (2), no "Diário Oficial da União", uma resolução normativa que amplia a lista dos procedimentos de saúde que devem ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde.

São 69 itens incluídos, modificados ou cujas diretrizes de utilização foram regulamentadas no "Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde", lista que determina a cobertura mínima dos planos privados

contratados a partir de 1º de janeiro de 1999. A obrigatoridade de atendimento para os novos procedimentos vale a partir do dia 1º de janeiro de 2012.

Entre os itens adicionados estão 41 cirurgias por vídeo, como refluxo gastroesofágico (tratamento cirúrgico) e cirurgia bariátrica (redução de estômago). Segundo a ANS, esse tipo de procedimento é menos invasivo do que o convencional.

Os consumidores também terão acesso a mais de 13 novos exames, incluindo a análise molecular de DNA dos genes EGFR, K-RAS e HER-2. O novo rol de procedimentos amplia ainda o número de consultas para nutricionistas e indicações para terapia ocupacional. Pacientes com diagnóstico de diabetes mellitus em uso de insulina ou no primeiro ano de diagnóstico, por exemplo, terão direito a 18 sessões de nutricionista por ano de contrato

Outra novidade, que havia sido anunciada na semana passada, é a cobertura do implante coclear. Trata-se de um dispositivo eletrônico de alta tecnologia, também conhecido como ouvido biônico, que substitui o ouvido de pessoas com surdez total ou parcial.

 A ANS informou que as mudanças foram feitas por um grupo técnico composto por representantes da Câmara de Saúde

Suplementar, que inclui órgãos de defesa do consumidor, representantes de operadoras e de conselhos profissionais, entre outros. Foi realizada entre abril e maio deste ano uma consulta pública para a recepção de sugestões.

Veja lista de novos procedimentos que devem ter cobertura pelos planos de saúde a partir do ano que vem:

1. Bloqueio anestésico de plexos nervosos (lombossacro, braquial, cervical) para tratamento de dor;
2. Angiotomografia coronariana (com diretriz de utilização);
3. Esofagorrafia torácica por videotoracoscopia;
4. Reintervenção sobre a transição esôfago gástrica por videolaparoscopia;
5. Tratamento cirúrgico do megaesofago por videolaparoscopia;
6. Gastrectomia com ou sem vagotomia/ com ou sem linfadenectomia por videolaparoscopia;
7. Vagotomia superseletiva ou vagotomia gástrica proximal por videolaparoscopia;
8. Linfadenectomia pélvica laparoscópica;
9. Linfadenectomia retroperitoneal laparoscópica;
10. Marsupialização laparoscópica de linfocele;
11. Cirurgia de abaixamento por videolaparoscopia;
12. Colectomia com íleo-reto-anastomose por videolaparoscopia;
13. Entero-anastomose por videolaparoscopia;
14. Proctocolectomia por videolaparoscopia;
15. Retossigmoidectomia abdominal por videolaparoscopia;
16. Abscesso hepático - drenagem cirúrgica por videolaparoscopia;
17. Colecistectomia com fístula biliodigestiva por videolaparoscopia;
18. Colédoco ou hepático-jejunostomia por videolaparoscopia;
19. Colédoco-duodenostomia por videolaparoscopia;
20. Desconexão ázigos - portal com esplenectomia por videolaparoscopia;
21. Enucleação de tumores pancreáticos por videolaparoscopia;
22. Pseudocisto pâncreas - drenagem por videolaparoscopia;
23. Esplenectomia por videolaparoscopia;
24. Herniorrafia com ou sem ressecção intestinal por videolaparoscopia;
25. Amputação abdômino-perineal do reto por videolaparoscopia;
26. Colectomia com ou sem colostomia por videolaparoscopia;
27. Colectomia com ileostomia por videolaparoscopia;
28. Distorção de volvo por videolaparoscopia;
29. Divertículo de meckel - exérese por videolaparoscopia;
30. Enterectomia por videolaparoscopia;
31. Esvaziamento pélvico por videolaparoscopia;
32. Fixação do reto por videolaparoscopia;
33. Proctocolectomia com reservatório ileal por videolaparoscopia;
34. Cisto mesentérico - tratamento por videolaparoscopia;
35. Dosagem quantitativa de ácidos graxos de cadeia muito longa para o diagnóstico de erros inatos do metabolismo (EIM);
36. Marcação pré-cirúrgica por estereotaxia, orientada por ressonância magnética;
37. Coloboma - correção cirúrgica (com diretriz de utilização);
38. Tratamento ocular quimioterápico com antiangiogênico (com diretriz de utilização);
39. Tomografia de coerência óptica (com diretriz de utilização);
40. Potencial evocado auditivo de estado estável - peaee (stead state);
41. Imperfuração coanal - correção cirurgica intranasal por videoendoscopia;
42. Adenoidectomia por videoendoscopia;
43. Epistaxe - cauterização da artéria esfenopalatina com ou sem microscopia por videoendoscopia;
44. Avaliação endoscópica da deglutição (FEES);
45. Ácido metilmalônico, pesquisa e/ou dosagem;
46. Aminoácido no líquido cefaloraquidiano;
47. Proteína s livre, dosagem;
48. Citomegalovírus após transplante de rim ou de medula óssea por reação de cadeia de polimerase (PCR) - pesquisa quantitativa;
49. Vírus epstein barr após transplante de rim por reação de cadeia de polimerase (PCR) - pesquisa quantitativa;
50. Determinação dos volumes pulmonares por pletismografia ou por diluição de gases;
51. Radioterapia conformada tridimensional - para sistema nervoso central (SNC) e mama;
52. Emasculação para tratamento oncológico ou fasceíte necrotizante;
53. Prostatavesiculectomia radical laparoscópica;
54. Reimplante ureterointestinal laparoscópico;
55. Reimplante ureterovesical laparoscópico;
56. Implante de anel intraestromal (com diretriz de utilização);
57. Refluxo gastroesofágico - tratamento cirúrgico por videolaparoscopia;
58. Terapia imunobiológica endovenosa para tratamento de artrite reumatóide, artrite psoriática, doença de crohn e espondilite anquilosante (com diretriz de utilização);
59. Oxigenoterapia hiperbárica: adequação da diretriz de utilização (DUT) para inclusão da cobertura ao tratamento do pé diabético;
60. Análise molecular de DNA: adequação da diretriz de utilização (DUT) para cobertura da análise dos genes EGFR, K-RAS e HER-2;
61. Implante coclear: adequação da diretriz de utilização (DUT) para incluir o implante bilateral;
62. Pet-scan oncológico: adequação da diretriz de utilização (DUT) para pacientes portadores de câncer colo-retal com metástase hepática potencialmente ressecável;
63. Colocação de banda gástrica por videolaparoscopia: adequação da diretriz de utilização (DUT) para colocação de banda gástrica do tipo ajustável e por via laparoscópica;
64. Gastroplastia (cirurgia bariátrica): adequação da diretriz de utilização (DUT) para incluir a colocação por videolaparoscopia;
65. Consulta/sessão com terapeuta ocupacional: adequação da diretriz de utilização (DUT) para pacientes com disfunções de origem neurológica e pacientes com disfunções de origem traumato/ortopédica e reumatológica;
66. Consulta com nutricionista: adequação da diretriz de utilização (DUT) para:
1.a. Crianças com até 10 anos em risco nutricional (< percentil 10 ou > percentil 97 do peso / altura);
1.b. Jovens entre 10 e 20 anos em risco nutricional (< percentil 5 ou > percentil 85 do peso/ altura);
1.c. Idosos (maiores de 60 anos) em risco nutricional ( índice de massa IMC <22 kg/ m);
1.d. Pacientes com diagnóstico de insuficiência renal crônica.
2. Cobertura obrigatória de no mínimo 18 sessões por ano de contrato para pacientes com diagnóstico de diabetes mellitus em uso de insulina ou no primeiro ano de diagnóstico;
67. Definição das despesas a serem cobertas para o acompanhante durante o pré-parto, parto e pós-parto imediato, que devem incluir taxas de paramentação, acomodação e alimentação;
68. Definição de que a cobertura das despesas com acompanhante durante o pós-parto imediato devem se dar por 48h, podendo estender-se por até 10 dias, quando indicado pelo médico assistente;
69. Definição de que nos procedimentos da cobertura obrigatória que envolvam a colocação, inserção ou fixação de órteses, próteses ou outros materiais, a sua remoção ou retirada também tem cobertura assegurada.

 

Demora para marcar consultas médicas na cidade chega a 1 ano

Em Piracicaba há especilistas na cidade que atendem quase um ano depois.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decretou: dentro de 90 dias, contados a partir do dia 20 de junho, todos os planos de saúde deverão se adequar e marcar as consultas para seus conveniados em, no máximo, 21 dias, variando de acordo com a especialidade requisitada. Entretanto, em Piracicaba, a demora para conseguir um horário com determinados médicos chega a quase um ano.
"É um absurdo o que acontece aqui em Piracicaba. Há médicos conceituados que marcam consulta para um ano depois. Aí falam para marcar com outro médico qualquer. Mas eu não quero. Quero médicos que tenham referência, é lógico. Pode ligar que você vai ver", disse a atendente, Marta Onofre Silva, 29 anos.
O EP Piracicaba fez o teste e constatou o que boa parte da população já sabe: inúmeros médicos marcam suas consultas para meses depois do solicitado pelo paciente.
Para ser atentido por um requisitado cardiologista da cidade, a primeira tentativa de marcação não foi nada animadora. "Pela Unimed só tem consulta para maio de 2012", disse a secretária. Na mesma semana, outra tentativa e a decepção foi ainda maior. "Pela Unimed, nós não estamos marcando mais pacientes pela 1ª vez".
No mesmo dia, uma nova tentiva. Agora para marcar com o mesmo médico para uma consulta particular, que custa R$ 300. "Temos vaga para o dia 1º de setembro", disse a secretária. "Se você tiver plano de saúde, Unimed ou Santa Casa, que são os que o doutor atende, a gente dá um desconto de R$ 50 na consulta", finalizou.
Posição
A Unimed Piracicaba, maior plano de saúde da cidade, se pronunciou sobre a questão e garantiu que não haverá problemas para se adequar à mudança.
“O que as pessoas precisam entender é que a obrigatoriedade da ANS é que tenha pelo menos um médico com horário disponível em determinadas especialidades. Alguns profissionais mais renomados, que já possuem muitos pacientes, não vão conseguir mesmo atender no prazo. Quando alguém precisar de um médico, a orientação é que busque aquele com quem já se consultou ou que tenha uma indicação. Caso ele não possa atender no tempo estipulado pela ANS, o paciente deve ligar no serviço de atendimento do plano de saúde, que irá passar o nome de outro médico especialista, disponível”, explica o presidente da Unimed Piracicaba, Antonio Geraldo Buck.
A Unimed Piracicaba conta com 542 médicos cooperados e faz uma média de 50 mil consultas por mês. São 156 mil clientes nas 10 cidades da região atendidas pelo plano.
Otorrinolaringologista e homeopata, Buck disse ao EP Piracicaba que marcar uma consulta com ele demora, em média, de 10 a 20 dias. Mas, um dia depois da entrevista, a tentativa foi feita e a resposta recebida não foi bem essa. "Não tem mais consulta para esse ano. Você precisa ligar em dezembro de, porque é quando vou começar a marcar consulta com o Dr. Buck para o ano que vem, quando ele voltar de férias. Se você quiser entrar na lista de espera, fique à vontade, tem umas 50 pessoas", disse a secretária.
Opções
Segundo maior plano de saúde em atividade em Piracicaba, o Santa Casa Saúde possui 350 médicos credenciados para o atendimento de 30 mil clientes em toda a região da cidade.

Na tentativa de marcar uma consulta com um médico por este plano, mais uma vez o paciente vai ter que esperar. "Tenho para o dia 30 de setembro", disse a secretária de outro cardiologista de Piracicaba.
De acordo com a recomendação da ANS, cardiologia faz parte das especialidades que não são consideradas de alta complexidade e, assim, deve ter as consultas agendadas em, no máximo, 14 dias.
Para marcação de consultas de pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia o prazo é de sete dias úteis.

CRM pede fim da lei que dá vagas do SUS a pacientes privados

Privatização do público
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) manifestou-se contra uma lei estadual que permite a destinação de até 25% da capacidade de hospitais públicos para atendimento de pacientes particulares e conveniados a planos e seguros de saúde.
A interpretação do órgão é que a lei criará uma "dupla porta" de atendimento, com privilégio de assistência aos pacientes de convênios e particulares, em detrimento dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
A entidade dos médicos afirma que a rede estadual de saúde é insuficiente para atender à demanda do Sistema Único de Saúde (SUS).
"Além disso, cabe denunciar a omissão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em viabilizar o ressarcimento ao SUS, sempre que pacientes de planos de saúde são atendidos em hospital público," afirma nota do Cremesp.
Princípios
A mesma ANS seria omissa na fiscalização e na exigência que os planos de saúde tenham as vagas para atender os planos que vendem à população.
Para a entidade, a população paga pelos planos de saúde, que não oferecem as vagas adequadas. Com isto, os pacientes vão para o SUS, e a ANS não cobra essa conta dos planos privados.
O órgão solicita a revogação da lei, considerando a criação de "portas diferentes" para os dois tipos de pacientes, com privilégios para os pacientes dos planos de saúde, o que estaria "em oposição aos princípios do SUS de universalidade, equidade e integralidade, além da diminuição dos recursos materiais e humanos já escassos ofertados à população usuária do sistema público".
"Destacamos o princípio fundamental do Código de Ética Médica: 'A Medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de qualquer natureza'," conclui a nota.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Cade acena com possibilidade de reanálise da fragmentação da Garoto



Os deputados estaduais que compõem a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa tiveram uma reunião com o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Fernando de Magalhães Furlan, nesta quinta-feira (11), e conseguiram boas notícias sobre a possibilidade de venda da Chocolates Garoto. De acordo com o presidente do Cade, caso a Assembleia encaminhe pedido de que a venda da Garoto não seja fracionada, o Conselho deve reanalisar a demanda para manter a fábrica inteira.

Participaram da reunião o presidente da Comissão, deputado Dary Pagung (PRP), o vice-presidente, Gilsinho Lopes (PR), e o suplente Henrique Vargas (PRP), além da coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação (Sindialimentação), Linda Morais, e do deputado federal Lelo Coimbra (PMDB). Para o envio do pedido de reanálise da venda fragmentada da Garoto, o Sindialimentação deve enviar encaminhamento para a Assembleia, onde a Comissão vota a análise do requerimento da entidade, produz o pedido que deve ser enviado para análise do Cade.

A venda da Garoto ainda não foi decidida pelo Conselho, mas a possibilidade de fragmentação da fábrica, ou seja, a venda separada de maquinário, fórmulas e imóveis, pode causar impactos tanto na economia do município em que está instalada, Vila Velha, quanto nos empregos dos trabalhadores da fábrica. O pedido de não-fragmentação e a argumentação dos deputados presentes para os prejuízos que podem ser causados com a fragmentação foram suficientes para o Cade acenar com a possibilidade de reanálise da venda fragmentada.

A fragmentação pode afetar não somente os trabalhadores, mas toda a cadeia produtiva que gira em torno da Garoto, também considerada um patrimônio histórico do Estado. Pode haver ainda impactos na economia de Vila Velha, já que a arrecadação pode diminuir, além de prejudicar o comércio, principalmente do bairro da Glória, que fica no entorno da fábrica e gera milhares de empregos diretos e indiretos.

Protesto

Foto: Divulgação Sindialimentação

Os trabalhadores da Garoto realizaram um protesto nesta quinta-feira em frente à fábrica, localizada no bairro da Glória, em Vila Velha, contra o baixo valor de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que a empresa propôs.

A Garoto e o Sindialimentação já passaram por 11 rodadas de negociação e até agora o máximo que a empresa ofereceu foi uma PLR de R$ 3.550 mais 95% do salário do trabalhador. A proposta foi recusada pelo sindicato, que considera que a Garoto tem possibilidade de pagar mais, já que o lucro líquido dela gira em torno de R$ 124 milhões e vem divulgando que as vendas na Páscoa deste ano foram excelentes. Além disso, ainda existe a perspectiva de crescimento da empresa, motivos considerados suficientes para o pagamento de uma PLR mais justa.

Lívia Francez
Foto capa: Nerter Samora



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O CADE provavelmente vai manter sua decisão de rejeitar a compra da Chocolates Garoto.

Fernando Furlan, presidente do Cade
Fernando Furlan


Fernando Furlan: “não há uma data para o plenário do Cade decidir porque estamos esperando o julgamento de um recurso da Nestlé no TRF”
Brasília - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica provavelmente vai manter sua decisão de rejeitar a compra da Chocolates Garoto SA pela Nestlé Brasil Ltda. na justiça, segundo o presidente do Cade, Fernando Furlan.
O Cade “tende” a continuar defendendo na Justiça sua posição e aguarda o julgamento de um recurso da Nestlé no Tribunal Regional Federal da 1a. Região, disse Furlan em entrevista hoje por telefone, de Brasília.
“Nossa tendência é defender a decisão do Cade na Justiça”, disse Furlan. “Não há uma data para o plenário do Cade decidir porque estamos esperando o julgamento de um recurso da Nestlé no TRF”.
Em 2004, o Cade mandou a Nestlé vender a Garoto porque verificou concentrações excessivas em vários segmentos do mercado de chocolates, sem comprovar que concorrentes e consumidores não seriam prejudicados. A Nestlé entrou com recurso na justiça comum. Em setembro de 2009, o TRF mandou o Cade realizar novo julgamento do caso. A Nestlé recorreu ao tribunal para manter uma decisão judicial de primeira instância que tinha aprovado a compra da Garoto.
Robin Tickle, um porta-voz da Nestlé, se recusou a fazer comentários sobre o assunto.
As ações da Nestlé fecharam com alta de 1,2 por cento, cotadas a 50,05 francos suíços na bolsa de Zurique.
Recurso
Furlan disse que se o TRF julgar o recurso a favor da Nestlé, o que significa que a empresa poderá manter o controle da Garoto, o Cade certamente irá recorrer. E se o TRF mantiver sua decisão de mandar o Cade julgar novamente o caso, Furlan afirmou que terá de submeter o assunto ao plenário.
“Temos de definir se vamos julgar de novo ou se vamos continuar a disputa judicial”, ele disse.
Um novo julgamento, de acordo com Furlan, exigiria do plenário do Cade definições sobre os termos dessa nova decisão. “Vamos decidir sobre as condições do mercado em 2002 ou com base nas atuais? Eu ainda não sei”, afirmou.
O jornal Valor Econômico disse hoje que o Cade poderia rever sua decisão no caso.

Chocolates
Chocolate amargo: fusão é um dos mais antigos casos pendentes no Cade
São Paulo - Já se passaram mais de sete anos desde que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vetou a fusão entre Nestlé e Garoto. O caso foi parar na Justiça e espera agora a decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) para saber se  será aprovado, vetado, ou ainda reavaliado pelo Cade.

De acordo com nota divulgada nesta quarta-feira pelo órgão antitruste, a Justiça deverá sustentar a posição do Cade e reprovar a operação. "A decisão deste Conselho foi correta e respaldada pelas exigências antitrustes da época do julgamento", disse o comunicado.
Existe a chance, no entanto, que a operação novamente seja revista pelo Cade. Ainda de acordo com a nota, caso o reavaliação seja mesmo necessária, na ocasião, o Conselho adotará providências cabíveis.
Há quase dez anos, a Nestlé anunciou a compra da Garoto pela cifra milionária de 566 milhões de dólares. Em 2004, o Cade vetou a operação e determinou que a Nestlé fosse vendida a um concorrente. Com o posicionamento, o processo foi parar na Justiça e, desde 2005, aguarda uma definição.
A fusão entre as duas companhias é um dos casos mais antigos e complicados já julgados pelo órgão antitruste, isso porque, em alguns mercados, as duas empresas juntas somam mais 65% de participação de mercado.    


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Unimed tenta arbitrariamente cancelar contrato com Cooperativa dos Funcionários da Chocolates Garoto.

Marcus Alves, Dagmar Vulpi e Dr. Luis Fernando
A Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa (Ales) recebeu, na reunião desta terça-feira (23/08), representantes da Cooperativa de Saúde e Educação da Chocolates Garoto. 
Eles solicitaram apoio da Comissão para resolver problemas relacionados ao plano de saúde.
Segundo o presidente da Cooperativa de Saúde e Educação da Chocolates Garoto, Sr. Dagmar Olindo Vulpi, a Unimed quer cancelar unilateralmente o plano de saúde dos cooperados após 10 anos de contrato. Ele disse que nenhuma cláusula do contrato foi descumprida e que, mesmo assim, a Unimed tenta cancelar os atendimentos. 




Gilsinho Lopes, Dary Pagung e Dr. Henrique Vargas
O presidente da Comissão, deputado Dary Pagung (PRP), prometeu acionar a Procuradoria da Casa e convocar diretores do plano de saúde para uma audiência pública, ainda sem data definida, para discutir, entre outros assuntos, os recentes aumentos nas mensalidades.

O advogado Luiz Fernando Nogueira Moreira, que representa a Coopsaúde, elogiou o trabalho da Comissão. Ele explicou que se surpreendeu com o empenho da Comissão junto ao CADE e elogiou a vitória dos parlamentares em conseguir a garantia de que a Chocolates Garoto não será vendida de forma fracionada, e espera uma outra vitória neste caso entre a Coopsaúde e a Unimed Vitória.

 
Da redação / Web Ales
(Reprodução autorizada mediante citação da Web Ales)


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Debate bate papo no facebook
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Dagmar Vulpi A Coopsaúde é uma cooperativa que foi fundada com o objetivo principal de, amparar os pais e demais dependentes dos funcionários da chocolates Garoto que não estão cobertos pelos benefícios concedidos pela empresa.
Dagmar Vulpi Agradeço o apoio que recebemos do Deputado Gilsinho Lopes, do presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa (Ales) Dep. Dary Pagung, do Dr. Luis Fernando e do Dr. Henrique Vargas.
Alcionis EnnesDagmar Vulpi vc quer que compartilhe?
Dagmar Vulpi Eu agradeceria amiga! abraço.
Rui Rodrigues Estas coisas só acontecem porque o sistema está "emperrado" propositalmente... Causas na justiça sevam uma infinidade de tempo para serem julgadas. do povo para cima, qualquer um pode descumprir cláusula, que terá sempre a lei ou a favor, ou quando contra, demorada de tal modo que corresponde a uma negativa do que é justo. Nova constituição é necessária para impedir este tipo frustrante de fatos.
Dagmar Vulpi Esta é somente mais uma das tantas arbitrariedades cometidas pelos prestadores de serviços médicos. Especificamente neste caso, onde 90% da massa deste contrato estão nas faixas etárias que precisam de mais atenção 3ª e 4ª, portanto usam o plano de saúde, estes são os mais marginalizados por estas operadoras. Estes não lhes dão mais lucros, portanto não são interessantes tê-los como clientes, esquecem elas que são esses que por anos e anos bancaram os seus lucros.
Rui Rodrigues Recomendo ação imediata na justiça, pedindo liminar para impedir interrupção... Rápido enquanto é tempo.. Liminar neles. Teste a justiça para ver se é justa....
Dagmar Vulpi Agradeço a recomendação amigo Rui, o nosso advogado Dr. Luis Fernando deverá providenciar a ação. Porém trata-se de Unimed. Fico indignado com a postura especificamente desta operadora, afinal trata-se de uma cooperativa, logo, segundo às Leis do cooperativismo não poderia visar lucro, para isso ela se beneficia destas Leis, tornando-se isentas de muitas taxas que outras operadoras são obrigadas à pagar.
Dagmar Vulpi E contrariando as leis e o significado do cooperativismo, elas visam cada vez mais os lucros. No final do ano quando das suas Assembléias os lucros são divididos entre os seus cooperados (médicos) que já recebem para prestarem os serviços. E uma boa parte é destinada para patrocinarem clubes de futebol, nada contra os clubes de futebol que se beneficiam com estes patrocínios, mas não considero justo a Unimed aplicar um reajuste de 60% (sessenta pontos percentuais) sobre os valores das mensalidades de brasileiros com mais, alguns muito mais de 60 anos, para equilibrarem financeiramente os planos. Estes reajustes abusivos que desrespeitam o estatuto do idoso, levando muitos desses à muitas privações de necessidades básicas de uma vida simples. Não é justo tirar a dignidade de uma vida ainda que simples destes anciãos para patrocinar clubes que, na sua grande maioria é gerido por ratos disfarçados de cartolas.
Rui Rodrigues Está chegando a hora, Dagmar... Vamos curtir a CONFRAL para por fim a estas coisas.
Dagmar Vulpi Sou um homem que acredita no futuro amigo Rui. Não é porque o passado foi desalentador e o presente continua na mesma, que o futuro não possa ser melhorado. Tenho esperança nos ideais e nas pessoas que estão à frente da CONFRAL. O futuro pode e será melhor, depende "somente" da boa vontade dos homens.
Rui Rodrigues Passei a minha vida toda tentando me esquivar de coisas como essas. Dei até sorte quando Collor assumiu, que me mandei do Brasil... Consegui me esquivar antecipando o que poderia acontecer... Então, um dia, resolvi começar a sair do sistema... Por exemplo, não pago multas de transito porque vendi minha S-10... Ando de ônibus e caminho. Quanto menos no sistema, melhor...
Rui Rodrigues Onde moro, pretendo fundar uma associação com médicos, professores, etc... Todos contribuímos e largamos o sistema, ou pelo menos parte dele. Energia elétrica,... Eólica... e largamos a AMPLA que cada vez custa mais caro e está sempre faltando energia... água ??? de poço, tratada aqui mesmo ...
Rui Rodrigues Quando fizermos tudo e o governo não fizer nada, entramos com processo pedindo isenção de impostos... Já começamos




 

  

 



 

 

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Quenianos vencem 22ª edição das Dez Milhas Garoto de Corrida

Kimutai Kiplimo venceu no masculino e Eunice Kirwa no feminino 

A 22ª edição da Dez Milhas Garoto e 10ª Corrida Garotada foi disputada no último final de semana pelas ruas de Vitória e Vila Velha (ES). Dados da segurança local estimam que mais de 15 mil espectadores prestigiaram o evento, incentivando e aplaudindo os mais de seis mil atletas participantes que viram a vitória de dois quenianos, nos naipes masculino e feminino.

Entre os homens, Kimutai Kiplimo venceu com a marca de 48min05s e, entre as mulheres, Eunice Kirwa conquistou o bicampeonato com 55min43s. Nas duas categorias, os brasileiros melhores colocados ficaram com o segundo lugar, Damião Ancelmo de Souza e Simone Alves da Silva.

Neste ano, 6,7 mil pessoas se inscreveram na prova, o que mostra um crescimento de 20% em relação à edição passada, em 2010. Os competidores da Dez Milhas percorreram 16,090 quilômetros, com largada na Praia de Camburi, em Vitória, e chegada na fábrica da Chocolates Garoto, em Vila Velha.

Dos atletas, a maior parte (70%) era composta por capixabas e os demais, de outros estados, especialmente Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, além dos fundistas vindos do exterior. Já da Corrida Garotada participaram 700 meninos e meninas, com idades entre 10 e 17 anos, também com grande maioria de corredores locais.

A segurança do evento foi garantida por cerca de 550 homens, além de oito ambulâncias (sendo cinco UTI's), quatro motos, uma lancha do Corpo de Bombeiros, cavalaria da Polícia Militar em todo o percurso e equipe médica formada com 80 profissionais, dentre médicos, dentistas, fisioterapeutas e enfermeiros. Mais de 500 colaboradores voluntários ajudaram na organização e realização do evento.

Foram distribuídos mais de R$ 150 mil em prêmios, incluindo um carro para o primeiro brasileiro e um para a brasileira melhor colocada. Também receberam premiação, em dinheiro, os quinze atletas que conquistaram os melhores resultados nas categorias geral masculina e feminina, e os três primeiros capixabas e cadeirantes, também nas modalidades masculina e feminina.


Confira os resultados da prova no naipe masculino:

1º) Kimutai Kiplimo - 48min05s
2º) Damião Ancelmo - 48min43s
3º) Paulo Roberto de Almeida - 48min51s
4º) Giovani dos Santos - 49min45s
5º) Joshua Kiprugut - 50min05s


Confira os resultados do naipe feminino:


1º) Eunice Kirwa - 55min43s
2º) Simone Alves da Silva - 56min15s
3º) Rumukol Elizabeh - 56min24s
4º) Anastazia Msandai - 1h00min43s
5º) Maria Zeferina Baldaia - 1h01min34s

Cade acena com possibilidade de reanálise da fragmentação da Garoto

Os deputados estaduais que compõem a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa tiveram uma reunião com o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Fernando de Magalhães Furlan, nesta quinta-feira (11), e conseguiram boas notícias sobre a possibilidade de venda da Chocolates Garoto. De acordo com o presidente do Cade, caso a Assembleia encaminhe pedido de que a venda da Garoto não seja fracionada, o Conselho deve reanalisar a demanda para manter a fábrica inteira.

Participaram da reunião o presidente da Comissão, deputado Dary Pagung (PRP), o vice-presidente, Gilsinho Lopes (PR), e o suplente Henrique Vargas (PRP), além da coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação (Sindialimentação), Linda Morais, e do deputado federal Lelo Coimbra (PMDB). Para o envio do pedido de reanálise da venda fragmentada da Garoto, o Sindialimentação deve enviar encaminhamento para a Assembleia, onde a Comissão vota a análise do requerimento da entidade, produz o pedido que deve ser enviado para análise do Cade.

A venda da Garoto ainda não foi decidida pelo Conselho, mas a possibilidade de fragmentação da fábrica, ou seja, a venda separada de maquinário, fórmulas e imóveis, pode causar impactos tanto na economia do município em que está instalada, Vila Velha, quanto nos empregos dos trabalhadores da fábrica. O pedido de não-fragmentação e a argumentação dos deputados presentes para os prejuízos que podem ser causados com a fragmentação foram suficientes para o Cade acenar com a possibilidade de reanálise da venda fragmentada.

A fragmentação pode afetar não somente os trabalhadores, mas toda a cadeia produtiva que gira em torno da Garoto, também considerada um patrimônio histórico do Estado. Pode haver ainda impactos na economia de Vila Velha, já que a arrecadação pode diminuir, além de prejudicar o comércio, principalmente do bairro da Glória, que fica no entorno da fábrica e gera milhares de empregos diretos e indiretos.

Protesto

Foto: Divulgação Sindialimentação

Os trabalhadores da Garoto realizaram um protesto nesta quinta-feira em frente à fábrica, localizada no bairro da Glória, em Vila Velha, contra o baixo valor de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que a empresa propôs.

A Garoto e o Sindialimentação já passaram por 11 rodadas de negociação e até agora o máximo que a empresa ofereceu foi uma PLR de R$ 3.550 mais 95% do salário do trabalhador. A proposta foi recusada pelo sindicato, que considera que a Garoto tem possibilidade de pagar mais, já que o lucro líquido dela gira em torno de R$ 124 milhões e vem divulgando que as vendas na Páscoa deste ano foram excelentes. Além disso, ainda existe a perspectiva de crescimento da empresa, motivos considerados suficientes para o pagamento de uma PLR mais justa.

Nesta sexta-feira (12) os trabalhadores se reúnem em assembleia para votar a proposta de PLR da empresa, mas o sindicato já adiantou que não defende a proposta da Garoto.

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