sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Cade acena com possibilidade de reanálise da fragmentação da Garoto

Os deputados estaduais que compõem a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa tiveram uma reunião com o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Fernando de Magalhães Furlan, nesta quinta-feira (11), e conseguiram boas notícias sobre a possibilidade de venda da Chocolates Garoto. De acordo com o presidente do Cade, caso a Assembleia encaminhe pedido de que a venda da Garoto não seja fracionada, o Conselho deve reanalisar a demanda para manter a fábrica inteira.

Participaram da reunião o presidente da Comissão, deputado Dary Pagung (PRP), o vice-presidente, Gilsinho Lopes (PR), e o suplente Henrique Vargas (PRP), além da coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação (Sindialimentação), Linda Morais, e do deputado federal Lelo Coimbra (PMDB). Para o envio do pedido de reanálise da venda fragmentada da Garoto, o Sindialimentação deve enviar encaminhamento para a Assembleia, onde a Comissão vota a análise do requerimento da entidade, produz o pedido que deve ser enviado para análise do Cade.

A venda da Garoto ainda não foi decidida pelo Conselho, mas a possibilidade de fragmentação da fábrica, ou seja, a venda separada de maquinário, fórmulas e imóveis, pode causar impactos tanto na economia do município em que está instalada, Vila Velha, quanto nos empregos dos trabalhadores da fábrica. O pedido de não-fragmentação e a argumentação dos deputados presentes para os prejuízos que podem ser causados com a fragmentação foram suficientes para o Cade acenar com a possibilidade de reanálise da venda fragmentada.

A fragmentação pode afetar não somente os trabalhadores, mas toda a cadeia produtiva que gira em torno da Garoto, também considerada um patrimônio histórico do Estado. Pode haver ainda impactos na economia de Vila Velha, já que a arrecadação pode diminuir, além de prejudicar o comércio, principalmente do bairro da Glória, que fica no entorno da fábrica e gera milhares de empregos diretos e indiretos.

Protesto

Foto: Divulgação Sindialimentação

Os trabalhadores da Garoto realizaram um protesto nesta quinta-feira em frente à fábrica, localizada no bairro da Glória, em Vila Velha, contra o baixo valor de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que a empresa propôs.

A Garoto e o Sindialimentação já passaram por 11 rodadas de negociação e até agora o máximo que a empresa ofereceu foi uma PLR de R$ 3.550 mais 95% do salário do trabalhador. A proposta foi recusada pelo sindicato, que considera que a Garoto tem possibilidade de pagar mais, já que o lucro líquido dela gira em torno de R$ 124 milhões e vem divulgando que as vendas na Páscoa deste ano foram excelentes. Além disso, ainda existe a perspectiva de crescimento da empresa, motivos considerados suficientes para o pagamento de uma PLR mais justa.

Nesta sexta-feira (12) os trabalhadores se reúnem em assembleia para votar a proposta de PLR da empresa, mas o sindicato já adiantou que não defende a proposta da Garoto.

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