quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Aumento Peniano – Mitos e Muitas Verdades 2

Por: *Dr. Fernando Almeida

Tenho visto muitos comentários no meu blog sobre o artigo “aumento peniano – mitos e muitas verdades "Aumento peniano mitos e muitas verdades". Desta forma, resolvi escrever novo post, com intuito de esclarecer o público que tem visitado site. Nos últimos anos, esse assunto tem sido objeto de propaganda em inúmeras clínicas e “websites” que anunciam técnicas e métodos mirabolantes prometendo a possibilidade de aumento peniano. Devido esses anúncios, alguns adolescentes e adultos com pênis de tamanho normal acabam sendo seduzidos por esses anúncios e embarcam em promessas infundadas e com destino incerto.
Primeiramente é importante estabelecer o tamanho normal do pênis. Esse assunto é alvo de grande interesse para muitas pessoas. Algumas consideram ter um pênis de um sinal de masculinidade, outras consideram que seus pênis são muito pequenos para satisfazer as pessoas com quem fazem sexo. Estas inseguranças levaram ao surgimento de muitas crenças errôneas sobre o tamanho do pênis e à criação de uma indústria completamente voltada para o aumento do pênis.
O tamanho médio do pênis no início da puberdade é de 6 cm (2,4 polegadas), atingindo o tamanho adulto cerca de 5 anos depois. A curva de crescimento do pênis foi está descrita desde 1943. Em geral, após a puberdade, os estudos mostram que o tamanho do pênis está entre 12 e 14 cm com um desvio padrão de 1,5 a 2 cm. Em um estudo publicado em 1996, encontrou-se que a média do pênis ereto era de 13 cm. Em outro estudo publicado em 2000, os pesquisadores encontraram que a média do pênis ereto era de 13,6 cm.
Alguns poucos casos apresentam uma condição conhecida como micropênis, que é normalmente referido no contexto médico como uma condição de um pênis cujo comprimento quando esticado flácido seria 2,5 desvios padrão abaixo do tamanho médio para a faixa etária.
Desta forma, muito poucos casos necessitam de tratamento médico devido um pênis de tamanho abaixo dos padrões de normalidade. Mesmo para esses casos as técnicas disponíveis apresentam resultados parciais. Para apoiar meu ponto de vista, vou mostrar algumas opiniões de especialistas ao redor do mundo.
Em um artigo publicado na revista Nat Clin Pract Urol. 2005 Mar;2(3):114-5, intitulado “Cirurgia para aumento de pênis – Fato ou Ilusão ? Os Drs. Vardi e Lowenstein, declaram: “ Infelizmente não existem dados disponíveis com relação as técnicas para aumento de pênis que descrevam com critério as taxas de sucesso ou complicações.” Declaram ainda: “Até o presente momento não existem dados suficientes para estabelecer a segurança e efetividade das técnicas para aumento de pênis.
Em outro artigo publicado na revista Eur Urol. 2006 Apr;49(4):729-33, pelo Dr. Vardi e intitulado: O aumento de pênis é um procedimento ético para pacientes com pênis de tamanho normal? O autor declara: “ Os homens que procuram por essa cirurgia têm expectativas não realísticas sobre o procedimento”. E ainda, “Esses pacientes devem ser desencorajados de realizar tal procedimento e devem ser encaminhados para aconselhamento psicológico”. “Não existe comprovação científica de que esses procedimentos tenham resultado satisfatório”.
“ A maioria dos pacientes submetidos a esses procedimentos não se tornam satisfeitos”. Além desses relatos de estudiosos no assunto, existem outros vários artigos mostrando a precariedade dos procedimentos para aumento de pênis.
Desta forma, fica claro que qualquer pessoa que se sujeite a realizar uma cirurgia ou qualquer intervenção com objetivo de aumento peniano, especialmente aquelas pessoas que possuem um pênis de tamanho normal, estará investindo em algo com futuro incerto e resultados duvidosos.
Em resumo, não se deixe levar por promessas infundadas. Se existisse alguma tratamento realmente efetivo para levar a um aumento peniano satisfatório. Isso já estaria publicado nas melhores revistas científicas do mundo.

*Prof. Dr. Fernando Almeida   (CRM-SP 95.644)
Antes de iniciar o atendimento de pacientes em sua clínica privada, o Prof. Dr. Fernando Almeida dedicou-se ao ensino, pesquisa e aperfeiçoamento dentro da urologia.

Desta forma, após a Residência Médica e obtenção do Título de Especialista, iniciou o Doutorado sob a Orientação do Prof. Dr. Homero Bruschini. Logo após o seu concluindo o Doutorado, mudou-se para Los Angeles - Ca para desenvolver trabalho de Pós Doutorado (bolsista do CNPq) sob orientação do Dr. Shlomo Raz e Larissa Rodriguez por dois anos.

Ao retornar ao Brasil, iniciou suas atividades na Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM), onde permanece até hoje.

  • Chefe dos Setores de Disfunção Miccional, Urologia Feminina e Urodinamica da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM)
  • Livre-docência pela Universidade Federal de São Paulo - 2008
  • Médico Urologista Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia - 1999
  • Doutorado em Urologia pela Universidade Federal de São Paulo - 2001
  • Pós Doutorado em Urologia pela Universidade da Califórnia - Los Angeles- 2003
  • Membro Correspondente da American Urological Association>
  • Membro da International Continence Socyety
  • Membro da Society for Urodynamic and Female Urology

Aumento de pênis, mitos e muitas verdades.

Por: *Dr. Fernando Almeida
 
Tenho notado grande numero de propagandas na internet referindo ou prometendo a possibilidade de aumento peniano. A maioria patrocinada por sites leigos e algumas, por incrível que pareça em sites médicos.
Recentemente, recebi alguns jovens, em meu consultório, com pênis de tamanho normal, que vieram para uma avaliação. Na verdade vieram para uma segunda opinião. Esses jovens haviam procurado outros profissionais que lhe garantiram um aumento peniano. Por esse motivo, decidi escrever esse artigo, para tentar esclarecer as pessoas que pretendem embarcar nessa jornada com destino incerto e também Pais de adolecentes que desejam esse tipo de tratamento.
Para apoiar meu ponto de vista, vou mostrar algumas opiniões de especialistas ao redor do mundo.
Em um artigo publicado na revista (Nat Clin Pract Urol. 2005 Mar;2(3):114-5), intitulado “ Cirurgia para aumento de pênis- Fato ou Ilusão ? os Drs. Vardi e Lowenstein, declaram “ Infelizmente não existem dados disponíveis com relação as técnicas para aumento de pênis que descrevam com critério as taxas de sucesso ou complicações.”
Declaram ainda: “ Até o presente momento não existem dados suficientes para estabelecer a segurança e efetividade das técnicas para aumento de pênis.
Em outro artigo publicado na revista (Eur Urol. 2006 Apr;49(4):729-33, pelo doutor Vardi e intitulado: O aumento de pênis é um procedimento ético para pacientes com pênis de tamanho normal? “. O autor declara: “ Os homens que procuram por essa cirurgia têm expectativas não realísticas sobre o procedimento”.
“Esses pacientes devem ser desencorajados de realizar tal procedimento e que devem ser encaminhados para aconselhamento psiquiátrico”.
“ Não existe comprovação cientifica de que esses procedimentos tenham resultado satisfatório”. “ A maioria dos pacientes submetidos a esses procedimentos não se tornam satisfeitos”.
Além desses relatos de estudiosos no assunto, existem outros vários artigos mostrando a precariedade dos procedimentos para aumento de pênis.
Desta forma, fica claro que qualquer pessoa que sujeite-se a realizar uma cirurgia desse tipo esta mal informada e deve estar ciente de que ela estará investindo em algo com futuro incerto.
Em resumo, não se deixem levar por promessas infundadas. Se existisse alguma tratamento realmente efetivo para levar a um aumento peniano satisfatório. Isso já estaria publicado nas melhores revistas cientificas do mundo.

*Prof. Dr. Fernando Almeida   (CRM-SP 95.644)
Antes de iniciar o atendimento de pacientes em sua clínica privada, o Prof. Dr. Fernando Almeida dedicou-se ao ensino, pesquisa e aperfeiçoamento dentro da urologia.

Desta forma, após a Residência Médica e obtenção do Título de Especialista, iniciou o Doutorado sob a Orientação do Prof. Dr. Homero Bruschini. Logo após o seu concluindo o Doutorado, mudou-se para Los Angeles - Ca para desenvolver trabalho de Pós Doutorado (bolsista do CNPq) sob orientação do Dr. Shlomo Raz e Larissa Rodriguez por dois anos.

Ao retornar ao Brasil, iniciou suas atividades na Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM), onde permanece até hoje.

  • Chefe dos Setores de Disfunção Miccional, Urologia Feminina e Urodinamica da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM)
  • Livre-docência pela Universidade Federal de São Paulo - 2008
  • Médico Urologista Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia - 1999
  • Doutorado em Urologia pela Universidade Federal de São Paulo - 2001
  • Pós Doutorado em Urologia pela Universidade da Califórnia - Los Angeles- 2003
  • Membro Correspondente da American Urological Association>
  • Membro da International Continence Socyety
  • Membro da Society for Urodynamic and Female Urology

Infecção Urinária – Cistite e Pielonefrite.

A infecção do trato urinário (ITU) constitui uma das principais causas de consulta na prática médica, só perdendo para as infecções respiratórias.
As ITUs podem manifestar-se em qualquer idade. Entretanto, existe uma maior prevalência em três grupos etários: crianças até os seis anos de idade, mulheres jo­vens com vida sexual ativa e na população com mais de sessen­ta anos de idade. As infecções do trato urinário (ITUs) são mais comuns em mulheres do que em homens exceto nos primeiros 2 anos de vida. 25-30% das mulheres entre 30-40 anos de idade apresentam ITU e após tratamento a chance de uma recidiva é de 25%. A prevalência da ITU aumenta com a idade devido, principalmente, a diminuição hormonal.
Define-se como infecção urinária a presença de microorganismos no trato urinário (rins, sistema coletor, bexiga, próstata e uretra), geralmente provocadas por bactérias, porém fungos e vírus também podem ser agentes etiopatogênicos.
A urina é habitualmente estéril em decorrência da presen­ça de mecanismos de defesa inerentes ao trato urinário evitando a invasão bacteriana. As ITUs surgem quando ocorre desequilíbrio entre agressividade bacteriana e os mecanismos de proteção local. ITU é causada por uma colonização bacteriana do trato urinário (inicialmente uretra e bexiga podendo progredir até os rins). A bactéria mais comum é a E. Coli, sendo responsáveis por 70-80% das infecções.
Nas mulheres com baixa hormonal (menopausa), ocorre mudança da flora vaginal normal, levando a uma maior propensão de colonização local por bactérias intestinais. Além disso, mulheres com quadro de perda urinária em uso de absorventes podem apresentar maior predisposição a ITU. Nos homens com mais de 50 anos de idade, a hiperplasia prostática benigna pode ocasionar obstrução infra veiscal o crescimento da próstata levando a uma dificuldade de esvaziamento vesical. Esses indivíduos podem apresentar de resíduo urinário pós miccional e diminuição do jato urinário levando a um aumento na prevalência de ITU.
Diagnóstico
A ITU pode ser totalmente assintomática ou cursar com um quadro clínico de uretrite ou cistite (infecção urinária da bexiga), necessidade de ir muitas vezes ao banheiro, dor/ardor para urinar, desconforto suprapúbico, mal estar, urina turva com mau cheiro ou sanguinolenta, febre baixa ou ausente. Pode ainda cursar com um quadro clínico de pielonefrite aguda (quando acomete os rins), com febre alta, calafrios, dor de cabeça e dor na região lombar. O diagnóstico de infecção urinária é feito através do quadro clinico e de exames laboratoriais. O aumento do número de leucócitos no exame de urina representa indício de infecção urinária. A cultura de urina é o método mais preciso para definir a pre­sença de infecção urinária
Tratamento
Visa erradicar as bactérias, aliviar os sintomas, prevenir lesões renais parenquimatosas e diminuir a possibilidade de progressão da infecção. A seguir descrevemos as situações mais comuns e suas respectivas formas de tratamento.
  • Cistite aguda sintomática.
Mulheres com quadro de cistite simples, podem ser tratadas com curso de três dias de antibiótico terapia. A cistite aguda não complicada em prostáticos deve ser utilizada medicamentos por espaço maior, 7 e 10 dias. Da mesma forma, a cistite aguda complicada (por obstrução, estase do fluxo urinário, diminuição do sistema imunitário) deve ser tratada com 7 dias.
  • Pielonefrite aguda.
Como regra, deve ser tratada com hospitalização, administração de fluidos intravenosos e antibióticos parenterais, principalmente naqueles pacientes toxemiados. Em pacientes com quadro clinico mais brando, o tratamento pode ser feito ambulatorialmente com a administração de antibióticos orais por 14 dias.
  • Prevenção de recorrência.
Alguns pacientes apresentam quadro de recorrência da infecção sem causa aparente, o que é particularmente comum em mulheres com cistite aguda. Quando ocorre recorrência com maior freqüência (três ou mais episódios por ano ou mais do que 2 episódios em 6 meses), pode-se instituir tratamento profilático após a cura do quadro agudo. Em geral, o tratamento supressivo ou profilático é feito por meio da administração de ½ a ¼ da dose terapêutica antibiótica à noite.
  • Infecção urinária durante a gravidez.
Apesar de não levarem prejuízo direto ao feto, as ITUs durante a gestação são um grande desafio devido à limitação na escolha do antibiótico. A bacteriúria assintomática está associada à maior incidência de hipertensão, anemia, retardo de crescimento fetal e prematuridade, principalmente quando associada a quadros de pielonefrite. A bacteriúria sintomática não complicada deve ser tratada por 3 dias.
Importante: Caso você apresente algum dos sintomas descritos acima, procure um médico para avaliação

Informações importantes sobre o Câncer de Próstata

O Câncer de próstata é a neoplasia mais freqüente do homem. Felizmente esse tumor tem o crescimento muitas vezes indolente e como veremos a seguir pode ser tratado de maneira efetiva quando diagnosticado precocemente.
A freqüência de câncer de próstata varia de acordo com a região estudada. Na China e no Japão, a prevalência é menor que em outros paises ocidentais, como por exemplo os Estados Unidos. Devido a essa constatação, surgiu a hipótese que a dieta estaria envolvida no surgimento do Câncer de próstata. De fato, observando pessoas de origem oriental que viviam nos Estados Unidos, essas apresentavam a mesma chance de surgimento do câncer de próstata que pessoas naturais dos EUA. Entretanto, existe um dificuldade de determinar qual comportamento ou alimento levariam a um aumento no risco e câncer de próstata. Dentre os alimentos e substâncias aventados como possíveis protetores para o câncer de próstata estariam o tomate, o selenium e a vit. A. Entretanto, existe uma carência de evidencias científicas que confirmem definitivamente que esses alimentos protegem contra o surgimento do Câncer de próstata.
O câncer de próstata é bastante raro antes dos 45-50 anos de idade, entretanto o seu surgimento aumenta com o aumento da idade. Aproximadamente 60% dos homens acima de 80 anos de idade apresentam neoplasia quando a próstata é analisada histologicamente. Entretanto muitos desses pacientes apresentam tumor indolente com progressão muito lenta. Por outro lado, quando o tumor surge em pacientes mais jovens esse apresenta uma tendência de ser mais agressivo.
Sintomas
No inicio, o câncer de próstata não gera sintomas. Muitos pacientes confundem hiperplasia prostática benigna (aumento da próstata – ver link) que leva a um aumento da próstata com obstrução da saída de urina, com câncer de próstata. Os casos de câncer de próstata que apresentam sintomas são casos avançados quando o tumor cresceu a ponto de obstruir a uretra e sair dos limites da glândula.
Patologia
O surgimento do câncer de próstata ocorre devido a alteração no funcionamento celular. A célula com “alteração” passa a ter um comportamento anormal e entra em um processo de proliferação descontrolado. Quanto maior for o grau de alteração dessa célula, mais rápido será o crescimento do tumor e maior será a sua malignidade. Os tumores de próstata são graduados de acordo com sua malignidade em uma escala que varia de 2 – 10 , sendo que quanto maior o escore, mais agressivo será o tumor. Essa escala recebe o nome do autor que criou essa classificação – Gleason.
Diagnóstico
Como dito anteriormente, o Ca de próstata somente leva a sintomas quando apresenta crescimento acentuado. Por esse motivo é que se recomenda o check up anual, independente do paciente apresentar qualquer sintomatologia. Nesse check up o Urologista deve solicitar o exame de PSA (sigla em inglês para antígeno prostático específico) e realizar o exame de palpação digital ou toque retal para palpar a superfície da glândula (semelhante ao exame das mamas nas mulheres). Essa avaliação deve ser realizada anualmente a partir dos 45 anos de idade. Desta forma, o Urologista terá a possibilidade de detectar o tumor ainda nos estágios iniciais, o que levará a uma maior chance de cura.
Quando o Urologista percebe que existe uma alteração suspeita de câncer de próstata no PSA ou no toque prostático, ele irá recomendar uma biópsia da próstata. Essa biópsia deve ser realizada guiada por Ultrasonografia Transretal e sob sedação para maior conforto do paciente.
Quando a biópsia apresenta-se positiva, ou seja, encontra-se sinais de malignidade na avaliação microscópica, o diagnóstico está confirmado.
Tratamento
Dentre as opções de tratamento para o Câncer de próstata localizado (diagnóstico precoce), inclui-se:
1- Prostatectomia radical – remoção completa da próstata e vesículas seminais. Essa cirurgia pode ser realizada por via retropúbica aberta (incisão abdominal), laparoscópica (pequenas incisões abdominais) e por via perineal (incisão na região do períneo).
2- Radioterapia externa – Utiliza-se radiação externa. Para que esse método tenha eficácia satisfatória com mínimo efeito colateral deve-se utilizar Radioterapia conformacional, com calculo da dose e emissão da radiação em 3 dimensões.
3- Braquiterapia – Utiliza-se radiação, entretanto, essa é levada ao órgão (próstata) por meio de pequenas “sementes” radioativas que liberam radiação com uma dose pré-estabelecida e localizada somente no interior do órgão.
Uma vez diagnosticado o Câncer de Próstata, o Urologista irá indicar o tratamento mais adequado para cada paciente.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Primavera é a melhor estação para cuidados com a pele

O melhor momento de cuidar da pele é na primavera em que a temporada dos peelings ainda está aberta. É a corrida contra o tempo para encarar um final de ano com a pele lisinha.
Peeling é uma forte alternativa para quem quer uma pele mais jovial
Procedimento que consiste na descamação da pele,o peeling é procurado por quem deseja se livrar de manchas, marcas, ou aliviar as rugas de expressão. No entanto, é preciso tomar cuidado com os exageros.
A cirurgiã plástica, com especialização em medicina estética, Patrícia Amaral, responsável técnica pelo Beleza Full Time Centro Clínico e Estética explica por que os peelings são recomendados  pelos médicos nesta época do ano:
- As pessoas ficam menos expostas ao sol, estão mais protegidas”, diz, completando que pode ser feito no verão, mas só por quem não se importa de abdicar completamente do sol.
Muitas opções exigem orientação na hora da escolha do peeling
Não faltam tipos de peeling e diversidade de substâncias, esclarece a médica lembrando que, apesar das novidades, no geral os peelings oferecidos são conhecidos pelos médicos há bastante tempo. Ela explica que há diferenças na técnica.
- Há os peelings químicos, os físicos, como os de cristal, diamante, e os chamados peelings a laser”. Ainda há os peelings superficiais, médios e profundos, que diferem pela penetração na pele. “Os superficiais servem para retirar as camadas mais superficiais e dar nova textura e brilho para a pele, se feitos com certa periodicidade. Os médios podem ser usados para rejuvenescer, clarear de pele e melhorar cicatrizes muito superficiais. E os profundos são usados especialmente para cicatrizes de acne ou para rejuvenescimento”, explica Dra. Patrícia Amaral.
O que não combina com Peeling
O sol é o maior inimigo do tratamento. A pele fica sensível e pode manchar. Por isso, hidratação e protetor solar devem se tornar hábitos e é preciso fugir da exposição ao sol.
- Em primeiro lugar, não ir bronzeado para o procedimento. A cliente não deve querer antecipar resultados, arrancando as crostas que se formam, acrescenta a especialista.
Esfoliantes: soluções em casa?
Não faltam nas prateleiras das farmácias produtos esfoliantes que prometem uma faxina nas células mortas. Mas não são milagrosos.
- Os esfoliantes comercializados nas farmácias ou os caseiros tem um poder de penetração muito baixo, entretanto podem ser usados como coadjuvantes”, diz Patrícia.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Odores imaginários podem preceder enxaquecas

Odores imaginários, como o cheiro de algo queimado ou podre ou até mesmo o aroma de “foie gras”, podem fazer parte da “aura” sentida por algumas pessoas antes de um ataque de enxaqueca, embora isso seja raro, segundo um estudo realizado nos Estados Unidos.
Cerca de 30% das pessoas que sofrem de enxaquecas recorrentes sofrem distúrbios sensoriais pouco antes da cefaleia. Conhecidos como aura, esses distúrbios geralmente são visuais, como pontos cegos ou flashes de luz. Também podem aparecer sensações de formigamento ou amortecimento, ou, ainda, dificuldade em falar e entender o que está sendo dito.
Mas o estudo conduzido por Matthew Robbins e colegas do Centro Montefiore de Cefaleia, em Nova York, constatou que algumas pessoas relatam sentir odores em conjunto com as dores de cabeça. Robbins disse que essas chamadas alucinações olfativas ainda não foram cobertas em uma revisão sistemática da literatura médica.
Os pesquisadores reviram 25 casos relatados de pacientes com cefaleias – na maioria dos casos, enxaquecas – e alucinações olfativas, além dos registros de mais de 2.100 pacientes atendidos ao longo de 30 meses. Quatorze pessoas – pouco menos de 0,7% – relataram sentir odores antes das cefaleias.
– O mais comum era um cheiro de queimado ou de fumaça –, falou Robbins.
Odores de decomposição, como de lixo ou esgoto, foram o segundo tipo mais comum. Algumas pessoas descreveram cheiros agradáveis, como o de laranjas, café ou foie gras. Acredita-se que os sintomas da aura envolvam um fenômeno chamado “depressão cortical alastrante”, em que uma onda de atividade elétrica aumentada nos neurônios é seguida de uma onda de atividade deprimida, disse Robbins.
O mesmo fenômeno pode ser responsável pelas alucinações olfativas – e, como os centros olfativos do cérebro ocupam muito menos espaço que os centros visuais, isso pode, teoricamente, explicar por que as alucinações olfativas são menos comuns.
De acordo com Robbins, é possível que algumas pessoas que sofrem de enxaquecas e alucinações olfativas não reconheçam o fenômeno. Quando as pessoas enxergam linhas em ziguezague, sabem que algo está errado, mas, no caso de um cheiro, é fácil supor que vem de algum lugar concreto.
Como alguns transtornos, a exemplo do mal de Parkinson, podem levar uma pessoa a sentir cheiros que não estão presentes, qualquer alucinação desse tipo que não seja acompanhada de cefaleia deve ser levada à atenção de um médico, ele avisou.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Projeto garante medicamento e filtro solar grátis a portador de lúpus

A Câmara analisa o Projeto de Lei 1136/11, do deputado Cesar Colnago (PSDB–ES), que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a garantir ao portador de lúpus acesso à medicação e a bloqueadores, filtros e protetores solares necessários ao controle da doença. O projeto institui a Política Nacional de Conscientização e Orientação sobre o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES).
A proposta aproveita o conteúdo de projeto apresentado pelo ex-deputado Ayrton Xerez (PL 955/07, arquivado ao fim da legislatura) e de emenda aprovada ao texto na Comissão de Seguridade Social e Família.
Colnago afirma que o uso de filtros e de protetores solares é imprescindível para o controle do lúpus. “Apesar de não ser uma doença contagiosa, infecciosa ou maligna, o lúpus costuma provocar uma série reações em decorrência da sensibilidade ao sol e à luz, tais como manchas e lesões na pele”, afirma.
Campanhas educativas
Entre outras ações, a política prevê a realização de campanhas educativas e de prevenção, a implantação de um sistema de dados para mapear a população atingida e a incidência da doença no País, assim como a elaboração de parcerias e convênios com órgãos públicos, entidades da sociedade civil e empresas privadas.
O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença inflamatória desencadeada pela ação de agentes externos (vírus, bactérias, agentes químicos, radiação ultravioleta). Em contato com o sistema imunológico, esses agentes induzem a produção inadequada de anticorpos que provocam lesões nos tecidos e alterações nas células sanguíneas. A doença atinge principalmente mulheres em idade reprodutiva.
Tramitação
O projeto tem caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Hiperplasia Prostática Benigna:

Anatomia da próstata
A prostataé uma glândula de aproximadamente 20g que está localizada abaixo da bexiga. pode ser dividida em zonas: transição , central e periférica. em uma prostata normal a maior parte é formada pela zona periférica(veja a foto acima) e é esta área que sentimos ao toque retal e onde surgem 75% das neoplasias da prostata (câncer de prostata). Com o envelhecimento a zona de transição aumenta progressivamente o que leva a compressão da uretra e aos sintomas obstrutivos da HPB. Note na foto acima que a uretra atravessa a prostata.
Hiperplasia benigna da próstata (HBP) ou hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma condição médica caracterizada pelo aumento benigno da próstata que normalmente se inicia em homens com mais de 40 anos. Pode provocar estreitamento da uretra com dificuldade de micção.
É caracterizada por uma hiperplasia das células do estroma e do epitélio, resultando na formação de nódulos na região periuretral da próstata. Quando suficientemente largos, os nódulos comprimem o canal uretral causando obstrução parcial, ou às vezes completa, da uretra, desta maneira interferindo no fluxo normal da urina. Embora os níveis de antígeno prostático específico possam estar elevados nestes pacientes devido ao volume maior do órgão e inflamação devido às infecções do trato urinário, a hiperplasia prostática benigna não é considerada uma lesão pré-maligna. A próstata, mesmo sem estar aumentada, pode causar sintomas irritativos o que na maioria das vezes motiva a consulta ao urologista.
Em adultos normais a próstata tem peso médio de 20 g e naqueles homens com HPB a glândula passa a crescer em média 4 g por década, à custa da zona de transição com proliferação de pequenos nódulos hiperplásicos, os quais, após os 70 anos de idade, prevalecem e desenvolvem-se de modo dramático O aumento da idade e a presença de testículos funcionantes representam os determinantes mais importantes para o desenvolvimento da HPB.

Os sintomas da hiperplasia benigna da próstata são classificados como obstrutivos ou irritativos. Os sintomas obstrutivos incluem hesitância( aumento do tempo para o início da micção), intermitência( parar e continuar a urinar), esvaziamento incompleto da bexiga, jato urinário fraco e prolongadode.
Os sintomas irritativos incluem aumento da frequencia de urinar, que é chamado de noctúria quando ocorre à noite, e urgência (necessidade de esvaziar a bexiga que não pode ser protelada).
O conjunto dos sintomas obstrutivos e irritativos geralmente é classificado na literatura médica como sintomas do trato urinário inferior (LUTS).
A HBP pode ser uma doença progressiva, principalmente se não for tratada. O não-esvaziamento completo da bexiga pode resultar em estase de bactérias na bexiga e dessa forma aumentar o risco de infecções do trato urinário. Pode ocorre formação de pedras na bexiga devido à cristalização dos sais contidos na urina residual. A retenção urinária é outra forma de progressão. A retenção urinária aguda é a incapacidade de esvaziar a bexiga, enquanto a retenção urinária crônica o volume residual urinário gradualmente cresce, e a bexiga distende. Alguns pacientes que sofrem de retenção urinária crônica podem finalmente progredir para uma insuficiência renal, uma condição conhecida como uropatia obstrutiva.
Para alguns homens, os sintomas podem ser graves o suficiente para necessitar de tratamento.

Diagnóstico:O exame de toque retal pode revelar uma próstata nitidamente aumentada.
Frequentemente, exames de sangue são realizados para descartar doenças malignas da próstata: níveis elevados do antígeno prostático específico (PSA) necessitam de investigações subsequentes como uma reinterpretação dos resultados do PSA, em termos de densidade do PSA e porcentagem de PSA livre, examinação retal e ultrasonografia transretal. Essas medidas combinadas podem realizar a detecção precoce de um câncer( esse asunto será abordado em um post futuro).
Existem questionários como o escore do IPS-S, que avaliam os sintomas urinários e a qualidade de vida dos pacientes. A quantificação dos sintomas permite avaliar também pacientes com LUTs e a eficácia do tratamento empregado

Quantificação clínica da H.P.B. - I-PSS (International Prostatic Symptons Score)

1. No último mês quantas vezes houve sensação de esvaziamento incompleto da bexiga?
Nenhuma 1 vez 2 vezes 3 vezes 4 vezes 5 ou mais vezes

2. No último mês quantas vezes houve teve que urinar novamente menos de 02 horas após ter urinado?
Nenhuma 1 vez 2 vezes 3 vezes 4 vezes 5 ou mais vezes
3. No último mês quantas vezes ao urinar parou e recomeçou várias vezes?
Nenhuma 1 vez 2 vezes 3 vezes 4 vezes 5 ou mais vezes
4. No último mês quantas vezes observou que foi difícil conter a urina?
Nenhuma 1 vez 2 vezes 3 vezes 4 vezes 5 ou mais vezes
5. No último mês quantas vezes observou que o jato urinário estava fraco?
Nenhuma 1 vez 2 vezes 3 vezes 4 vezes 5 ou mais vezes
6. No último mês quantas vezes teve de fazer força para começar a urinar?
Nenhuma 1 vez 2 vezes 3 vezes 4 vezes 5 ou mais vezes
7. No último mês quantas vezes, em média, teve de se levantar à noite para urinar?
Nenhuma 1 vez 2 vezes 3 vezes 4 vezes 5 ou mais vezes
Qualidade de vida segundo os sintomas urinários

8-Se tiver que viver toda vida com os problemas urinários dos quais sofre atualmente, como se sentiria?
Feliz 0 Bem 1 Em geral 2 Regular 3 Descontente 4 Infeliz 5 Terrível 6

Outra forma de avaliar a micção do paciente é através do estudo urodinâmico ( fluxometria e estudo fluxo pressão).

UrofluxometriaÉ um método urodinâmico recomendável que registra em gráfico a curva do fluxo urinário, fornecendo dados como fluxo máximo, médio e perfil da curva.
O fluxo máximo abaixo de 10 mL/seg sugere obstrução infravesical. Normalmente a curva será intermitente com aumento do tempo de micção.
Valores entre 10 mL/seg e 15 mL/seg estão em faixa duvidosa.
O fluxo máximo acima de 15 mL/seg é considerado normal. A curva será em sino com tempo até fluxo máximo inferiro a 1/3 do total. O exame deve ser efetuado em condições ideais e com volume urinário acima de 150 mL, não sendo método de certeza no diagnóstico de obstrução. A falência detrusora (hipocontratilidade detrusora ) poderá levar a baixo fluxo sem obstrução , sendo um dos problemas deste método. Nesse caso o estudo fluxo pressão irá esclarecer a causa da redução do fluxo.
Estudo pressão/fluxoConsiste no monitoramento da pressão intravesical e fluxo urinário simultâneo.
Pode ser empregado o critério de pressão intravesical no início da micção (pressão vesical de abertura uretral) ou no fluxo máximo.
No início da micção, a pressão vesical abaixo de 25 cm H2O sinaliza ausência de obstrução, enquanto valores acima de 40 cm H2O podem corresponder a quadro obstrutivo. Neste caso , a pressão aumenta para vencer a resistência uretral aumentada pela HPB.
O estudo pressão/fluxo pode também avaliar e graduar a capacidade contrátil da musculatura detrusora vesical.
Figura 3. Aparelho de urodinâmica
Figura 4. Fluxometria com fluxo Max de 35ml/seg , volume total 200ml , com tempo de duração de 22 seg. Padrão em sino normal
Tratamento clínico
São quatro os principais objetivos do tratamento clínico para HPB e seus sintomas:
- Rápida melhora dos sintomas (principalmente os de armazenamento);
- Manutenção da melhora ao longo do tempo; - Prevenir ou reduzir o risco de disfunções vesicais e o desenvolvimento de complicações como retenção urinária;
- Prevenir ou reduzir o risco de falha do tratamento ou necessidade de cirurgia. Existem dois grandes grupos de drogas os alfabloqueadores e os inibidores da enzima-5-alfa redutase

AlfabloqueadoresO impedimento do fluxo urinário resulta, além do componente estático( sintomas obstrutivos) ou mecânico, de outro dinâmico(sintomas irritativos).
Esse último é dependente da quantidade de estroma, que compreende cerca de 70% do tecido hiperplásico e do tônus da musculatura lisa prostática. Esse tônus prostático é mediado pela estimulação simpática da musculatura lisa da próstata, através de receptores alfa-adrenérgicos. Esses receptores estão localizados principalmente no colo da bexiga e no tecido prostático. Os alfabloqueadores seletivos alfa-1 amenizam os sintomas miccionais com efeitos sistêmicos de intensidade e freqüência menores. Por esse motivo, são chamados de urosseletivos. Os pacientes com sintomas urinários moderados/severos , afetando a qualidade de vida, e os que não aceitam ou sem indicação absoluta de cirurgia, são candidatos para essa modalidade de terapia. São contra-indicações: hipersensibilidade droga e hipotensão arterial. Entre seus efeitos colaterais, destacam-se: hipotensão postural, astenia, tontura cefaléia. Vários alfabloqueadores estão disponíveis, sendo todos comparáveis quanto acurácia no alívio dos sintomas, diferindo na urosseletividade, farmacocinética e efeitos colaterais. Atualmente os mais utilizados são a doxazosina ( Unoprost , Euprostatin ) , tamsulosina ( Secotex , Tamsulon , Contiflo ) e alfazulosina ( Xatral ) , sendo os últimos mas seletivos , porem com maior taxa de ejaculação retrograda.

Inibidores da 5-alfa-redutase
A finasterida( finastil) é um inibidor potente e reversível da 5-alfa-redutase tipo 2 o que impede a transformação, em nível intraprostático, de testosterona em deidrotestosterona.
Esse mecanismo inibitório produz a redução do volume prostático em percentuais variáveis sobretudo em portadores de glândulas acima de 40 g. A administração regular de finasterida por tempo prolongado (> 6 meses), além da diminuição volumétrica mencionada, atua beneficamente sobre o quadro clínico, com melhoria do fluxo urinário e da redução do escore internacional de sintomas miccionais. A finasterida comprovadamente diminui o risco de retenção aguda de urina e a necessidade de tratamento cirúrgico da HPB.
É usada na dose de 5 mg/dia. Seus efeitos colaterais ficam restritos à esfera sexual. Em aproximadamente 12% dos casos, ocorre diminuição da libido, do volume ejaculado e da capacidade erétil. Quando tomada por um período acima de seis a 12 meses, baixa os níveis plasmáticos de PSA em cerca de 50%. Recentemente a finasterida têm sido utilizada na prevenção de câncer de próstata , com diminuição na incidência de até 20% em populações com maior grupo de risco. Atualmente foi lançado o Avodart ( dutasterida) que inibe as enzimas tipo 1 e 2, tendo bons resultados em relação aos sintomas obstrutivos e também na prevenção de câncer de próstata.
Em relação aos preços das medicações pode variar de 30 a 120 reais.

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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

GASTRITE

O que é?

    Gastrite é a inflamação da camada mais interna do estômago, a mucosa. Pode estar localizada em alguma região do estômago, ou estar atingindo toda a extensão deste órgão. A gastrite é dividida em aguda ou crônica. A aguda é autolimitada, ou seja, a inflamação desaparecerá em um curto tempo. Em contrapartida, a gastrite crônica persiste por longos períodos de tempo.
    Causas

    A gastrite é causada por substâncias que irritam a mucosa do estômago e através de infecções (vírus e bactérias), que levam ao processo inflamatório.
    Algumas substâncias como os medicamentos antiinflamatórios, o álcool, o cigarro, café, os doces em excesso e os alimentos condimentados estão relacionados ao surgimento da gastrite. Algumas infecções virais também são causadoras de gastrite, principalmente na forma aguda. Os hábitos alimentares também têm papel relevante no surgimento da gastrite, como o jejum prolongado durante o dia, e o excesso na ingestão de gorduras e frituras.
    Estas substâncias levariam a um defeito na barreira de proteção que protege a mucosa do estômago em relação ao ácido gástrico utilizado na digestão dos alimentos. Sendo assim, o ácido produzido no próprio estômago agiria como irritante da mucosa, causando o processo inflamatório.
    As gastrites crônicas, por sua vez, estão relacionadas à infecção pela bactéria Helicobacter pylori. Esta bactéria vive muito bem em lugares com muito ácido, como o interior do estômago, e tem como característica destruir a barreira de proteção da mucosa contra o ácido. A infecção por esta bactéria é mais comum em lugares com condição sócio-econômica mais precária, e a transmissão se dá por via oral-fecal. A infecção prolongada pelo Helicobacter pylori pode levar ao desenvolvimento de gastrite atrófica, atrofia do estômago, e até mesmo câncer de estômago. Desta forma, pacientes com dores de estômago crônicas devem procurar um médico especialista para o diagnóstico e tratamento da infecção por esta bactéria.
    Sintomas

    Os sintomas mais comuns da gastrite são dor de estômago caracterizada por queimação, sensação de “empachamento” após as refeições, distensão do abdome na região do estômago, má-digestão, náuseas e vômitos, eructações (arrotos) freqüentes, soluços e azia.
    Nos casos mais graves, pode haver sangramento do estômago devido ao processo inflamatório, e então a gastrite é denominada de gastrite hemorrágica. Nestes casos, o paciente apresentará vômitos com sangue e evacuação de fezes muito escurecidas e com odor fétido (chamadas de melena) devido a presença do sangue.
    O exame físico de pacientes com gastrite apresenta pouca alteração, como desconforto discreto à palpação do estômago. Nos casos com gastrite hemorrágica, o paciente apresentará sintomas relacionados ao sangramento, como a queda da pressão arterial, palidez da pele, sudorese e aumento da freqüência cardíaca.
    Diagnóstico

    O diagnóstico da gastrite é realizado através da Endoscopia Digestiva Alta. Este exame permite a visualização de toda a mucosa do estômago, tornando o diagnóstico da gastrite muito evidente. Através da endoscopia digestiva também é possível a realização de biópsias, que permitem o diagnóstico histológico (microscópico) da gastrite, assim como a pesquisa da bactéria Helicobacter pylori.
    Deve-se chamar a atenção para os pacientes com mais de 55 anos e naqueles com sinais de alarme como sangramento, anemia, perda de peso não intencional, vômito persistente, história familiar prévia de câncer gastrointestinal. Estes pacientes devem realizar a endoscopia digestiva em caráter de urgência, para a exclusão de gastrite hemorrágica, úlceras e câncer de estômago.
    O diagnóstico da infecção por Helicobacter pylori também pode ser realizado através das fezes, de testes respiratórios e exames de sangue.

    Tratamento

O tratamento inicial da gastrite está relacionado aos hábitos alimentares. Os pacientes devem evitar alimentos muito condimentados, frituras e gorduras, doces e chocolates, café, refrigerantes, balas, chicletes e álcool. Também deve ser realizada dieta regrada com horários definidos. Os pacientes com gastrite devem realizar dietas fracionadas, ou seja, alimentar-se várias vezes ao dia, mas com quantidades menores de alimentos. Desta forma, os alimentos reagiriam com o ácido gástrico durante grande parte do dia, e este último não causaria a inflamação da mucosa.
    Em relação ao tratamento medicamentoso, este é feito com remédios que diminuam a acidez do estômago, permitindo assim, que a mucosa cicatrize, e cessando a queixa de queimação. Além disso, em alguns pacientes, está indicada a utilização de medicamentos pró-cinéticos, ou seja, que promovam o esvaziamento mais rápido do estômago. Estes medicamentos diminuem a distensão do abdome e a sensação de empachamento.
    Nos pacientes portadores de infecção por Helicobacter pylori, o tratamento consiste no uso de medicações que diminuam a acidez no estômago, tornando o ambiente menos favorável à bactéria, além do uso de antibióticos específicos.

Fístula Perianal

 O que é?
    Fístula perianal é a comunicação anormal entre o canal anal e a pele da região ao redor do ânus (perianal). Esta comunicação ocorre devido à obstrução de ductos das glândulas anorretais, que devido a infecção, formam um trajeto em direção à pele.
    As fístulas perianais acometem mais os homens do que as mulheres (duas vezes mais), e o seu pico de incidência ocorre entre os 30 e 50 anos. As fístulas podem ser secundárias aos tumores do reto e do ânus, ou estar associadas às doenças inflamatórias intestinais.
Tipos de Fístulas

    O ânus apresenta ao seu redor um músculo responsável pela continência fecal, e que se denomina esfíncter anal. As fístulas perianais são classificadas de acordo com a relação entre o seu trajeto e o esfíncter anal. Esta classificação é importante para que se defina qual será o tratamento cirúrgico realizado, evitando-se assim que ocorra lesão do esfíncter anal e conseqüente prejuízo à continência fecal. As fístulas perianais são classificadas em simples e complexas.
    As fístulas simples (55 a 70% dos casos) são aquelas em que o trajeto fistuloso ocorre abaixo do esfíncter anal, ou seja próximo à pele. Estas fístulas são de fácil tratamento, e têm índice de recorrência baixo. São divididas em extraesfincterianas baixas (abaixo do esfíncter anal) e interesfincterianas (entre as porções interna e externa do esfíncter anal).
    As fístulas complexas (30% dos casos) são aquelas em que o trajeto fistuloso está comprometendo a musculatura esfincteriana ou está acima desta. A maior implicação desta relação com o esfíncter anal, é de que as fístulas complexas são de difícil tratamento quando comparadas às fístulas simples. Além disso, estão associadas a maiores taxas de recorrência, assim como o seu tratamento pode trazer prejuízo à continência fecal (lesão de esfíncter). São divididas em transesfincterianas (o trajeto passa pelo meio do esfíncter), supraesfincterianas (comprometem a parte superior do esfíncter) e extraesfincterianas (passam por cima da musculatura esfincteriana).
    Sintomas

    Os sintomas mais freqüentes das fístulas perianais são uma protuberância perianal (principalmente quando associada a abscesso), dor e saída de secreção (pus, muco ou sangue). Esta eliminação de secreção pode ocorrer tanto pelo orifício externo (pele) quanto interno (canal anal), sendo que neste último, a secreção estará misturada às fezes.
    A maioria dos pacientes com fístula perianal tem como antecedente história de abscesso (inflamação aguda na região anorretal) que se drenou (esvaziou) espontaneamente ou que foi drenado cirurgicamente para a retirada da secreção purulenta.
    O exame físico pode revelar um trajeto espesso (“cordão” cicatricial) que vai do canal anal até o orifício externo na pele, principalmente quando se examinam fístulas superficiais (simples). O exame do canal anal pode revelar a presença de secreção purulenta saindo da glândula comprometida (orifício interno).
    Quando o trajeto fistuloso não é identificado facilmente, provavelmente trata-se de uma fístula profunda (complexa), ou seja, há o comprometimento do esfíncter anal (músculo do ânus). Nos casos em que há dúvida quanto ao trajeto ou, até mesmo, a presença da fístula, pode-se utilizar exames de imagem, como a ultra-sonografia anal e a ressonância magnética, que mostrarão a extensão e o trajeto da fístula.
    Tratamento Cirúrgico

    O princípio básico do tratamento da fístula perianal é abrir o trajeto fistuloso, após este ser identificado durante a cirurgia. A identificação é realizada através da passagem de uma agulha a partir do orifício externo (pele), e que deve chegar até o orifício interno (canal anal). A secção do trajeto é orientada por esta agulha. O tecido que permanece na base da fístula recém aberta deve ser curetado (raspado). A incisão é deixada aberta, ou seja, sem sutura (fechamento) da pele.
    Nos casos em que uma grande porção do músculo esfincteriano está comprometida e deve ser dividido para o tratamento da fístula (complexa), deve ser levado em consideração o risco de incontinência fecal. Nestes casos, utilizo como método de tratamento a passagem de um fio (seton) ao redor do músculo esfincteriano. Este fio promoverá uma grande fibrose (cicatriz) no esfíncter anal, evitando que no momento da secção muscular, haja prejuízo à continência fecal do paciente, já que a fibrose manterá o músculo na sua posição correta. Este segundo tempo da cirurgia é realizado após oito semanas do procedimento inicial.
        Uma técnica descrita há alguns anos para o tratamento da fístula perianal é a utilização de colas biológicas, que quando injetadas no trajeto fistuloso funcionam como um selante, obliterando a comunicação entre a pele e o canal anal. Este é um método interessante, mas só deve ser indicado em casos de fístulas muito complexas, já que nos casos restantes, o tratamento cirúrgico apresenta melhores resultados.
    Há alguns anos, foi desenvolvido um novo procedimento cirúrgico para o tratamento das fístulas anorretais complexas, conhecido por Surgisis Anal Fistula Plug. Este método consiste em um cone de colágeno que é introduzido no trajeto fistuloso, e que servirá de molde e estrutura para que o próprio tecido conectivo do paciente preencha e feche a comunicação anormal causada pela fístula, obturando desta forma todo o trajeto. A maior vantagem deste método é evitar um segundo procedimento cirúrgico, como na utilização do seton, e principalmente, evitar o risco de incontinência fecal, já que não há secção da fístula e do músculo esfincteriano, e sim um preenchimento do trajeto. Apesar dos primeiros estudos mostrarem bons resultados com a técnica, os estudos mais atuais e a minha experiência pessoal com o plug mostram que ele ainda deva ser aprimorado, já que os resultados cirúrgicos são irregulares, com persistência da drenagem pela fístula por longa data, e em alguns casos, sem a resolução definitiva do problema. 
Dr. Fernando Valério

Fissura Anal

  O que é?

    Fissura anal é um corte ou fenda na região anal (borda anal). Esta lesão pode se estender para dentro do ânus em alguns casos. A fissura anal é uma das doenças que mais acomete o ânus, gerando um grande desconforto dependendo da intensidade e extensão da lesão, e devendo ser sempre lembrada como uma causa de dor e sangramento anais. As estatísticas quanto ao número de pessoas acometidas pela doença é modesta em comparação com a realidade, já que muitas pessoas confundem os seus sintomas com os de hemorróidas.
    A fissura anal pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum nos adultos jovens. Ambos os sexos são afetados igualmente. Quanto à localização, as fissuras são encontradas na porção posterior do ânus em mais de 90% dos pacientes.
    A fissura anal está associada à constipação intestinal (devido à passagem de fezes volumosas e ressecadas), evacuação freqüente e diarréia, traumas na região anal (evacuação ou sexo anal), dieta pobre em fibras e rica em gordura e frituras, e nas doenças inflamatórias intestinais (retocolite ulcerativa e doença de Crohn).
 Tipos de Fissura

    As fissuras anais são classificadas em agudas e crônicas.
    As fissuras agudas são aquelas em que há a cicatrização da lesão em seis a oito semanas, e o seu tratamento é realizado de forma clínica. Ao exame, mostra-se como um corte superficial, mas doloroso ao toque.
    As fissuras crônicas são aquelas em que não ocorre a cicatrização da lesão em até seis a oito semanas, apesar dos cuidados clínicos realizados. Ao exame, observa-se uma úlcera na região anal, que se caracteriza como uma lesão profunda e com bordas endurecidas. Em alguns casos é possível a visualização do músculo interno do ânus (esfíncter interno). Outra característica importante da fissura crônica é o surgimento de um excesso de pele na região anal próximo à fissura, e que se denomina plicoma sentinela, e que decorre da obstrução de vasos linfáticos da região, com acúmulo de líquido e distensão da pele. O plicoma sentinela surge devido à infecção persistente da região, e é um importante sinal de cronicidade da doença. Pode ocorrer também a presença de uma papilite, que é a inflamação de glândulas no canal anal em decorrência da fissura. A cirurgia ainda é o melhor tratamento para a fissura anal crônica, apesar do surgimento de novas terapias.
    As razões para que as fissuras anais não cicatrizem e se tornem crônicas ainda não estão completamente elucidadas. No entanto, acredita-se estar associada à isquemia (falta de fluxo sangüíneo), infecção e obstrução linfática em decorrência do processo inflamatório persistente. Esta falta de fluxo sangüíneo na região anal é decorrente do excesso de contração muscular (hipertonia) do esfíncter interno do ânus e ao seu não relaxamento durante a evacuação. Devido a esta hipertonia involuntária exercida pelo esfíncter interno do ânus é que este também dever ser tratado durante a cirurgia para a resolução da fissura anal crônica.
    Sintomas

    Os sintomas mais comuns da fissura anal são a dor e o sangramento. Alguns pacientes referem certo grau de irritação da pele próxima à fissura.
    A dor ocorre imediatamente após a evacuação, pode durar de poucos minutos a horas, e o paciente descreve uma sensação de que o ânus foi “cortado”. Em alguns casos, a dor é exacerbada pelo medo do paciente em evacuar, o que torna as fezes mais ressecadas e volumosas, causando mais dor no momento da evacuação.
    A dor da fissura anal deve ser sempre diferenciada da dor da trombose hemorroidária e do abscessoa anal, que são alterações anais caracterizadas pela dor anal. A trombose hemorroidária está associada a um abaulamento vinhoso na região anal.
    O sangramento é geralmente mínimo, percebido no papel higiênico ou na superfície das fezes, e raramente no vaso sanitário. Não é incomum que o paciente negue a evidência de sangramento.
    As fissuras anais podem fazer parte do quadro clínico de outras doenças, como a doença de Crohn (doença inflamatória intestinal), tuberculose, leucemia e câncer de ânus, por exemplo. Devido a isto, fissuras anais de localização não habitual (porções laterais do ânus), mais de uma fissura e com grande processo inflamatório devem ser biopsiadas (ressecadas e analisadas).
    Tratamento Clínico

    O tratamento clínico apresenta bons resultados na fissura anal aguda, e consiste em uma dieta rica em fibras, suplementos de fibras, banhos de assento com água quente (antiinflamatório) e pomadas analgésicas/anestésicas.
    Após a cicatrização da fissura anal, os pacientes deveriam manter uma dieta rica em fibras, tornando a passagem das fezes mais suave e menos traumatizante ao ânus.
    No caso da fissura anal crônica, há atualmente uma tendência a realização da chamada “esfincterotomia química” , que consiste no relaxamento do músculo esfíncter interno do ânus (diminuição da hipertonia) por meio de pomadas, cremes e substâncias injetadas. Este relaxamento tem como objetivo o aumento do fluxo sangüíneo da região anal e diminuição do espasmo da musculatura do ânus, e consequente aumento da chance de cicatrização da fissura crônica. As substâncias habitualmente utilizadas são a nifedipina, nitroglicerina, toxina botulínica e o diltiazen. A toxina botulínica, apesar de apresentar um bom efeito para um relaxamento efetivo da musculatura anal, tem como fatores limitantes a caraterística invasiva do método (a toxina é injetada no músculo) e a incontinência fecal (principalmente para gases) como complicação mais comum. Quanto às pomadas que relaxam a musculatura, estas têm como principal efeito colateral a cefaléia (dor de cabeça), que em alguns casos, faz com que o tratamento seja interrompido. A cefaléia ocorre em geral de 10 a 30 minutos após a aplicação da pomada. Sabe-se também que pacientes que apresentam plicoma sentinela ou tempo de doença maior que seis meses não têm boa resposta a este tipo de tratamento.
    Em minha prática diária observo que os resultados com a “esfincterotomia química” para o tratamento da fissura anal crônica são limitados. No entanto, como pode haver a chance de cura em alguns casos selecionados, recomenda-se que este tipo de tratamento seja inicialmente aplicado, e que a cirurgia se reserve aos casos refratários ao tratamento clínico. Devido a isto, e de acordo com a literatura médica atual, acredito que o tratamento cirúrgico ainda é a melhor opção de cura para os pacientes com fissura anal crônica.
    Tratamento Cirúrgico

    O tratamento cirúrgico da fissura anal consiste na ressecção da lesão ulcerosa, assim como do plicoma sentinela, para que haja um tecido em boas condições de cicatrização. Associada a esta ressecção, dever ser realizada, obrigatoriamente, a esfincterotomia cirúrgica parcial, ou seja, a secção parcial do esfíncter interno do ânus (músculo interno do ânus) para a diminuição da hipertonia (espasmo) esfincteriana. Este procedimento permite que ocorra um aumento real e duradouro (ao contrário da “esfincterotomia química”) do fluxo sangüíneo da região anal, com conseqüente cicatrização da fissura anal. O principal efeito colateral do método é a incontinência fecal, que pode trazer prejuízo à qualidade de vida em 3% dos pacientes operados, principalmente as mulheres que sofreram partos por via vaginal.
    Nos casos atendidos em meu consultório, tenho observado ótimos resultados com o tratamento cirúrgico, com cura em mais de 95% dos casos, o que corresponde aos achados da Literatura médica mais atual. Além disso, a satisfação dos pacientes é evidente, e os mesmos sugerem que retardar a cirurgia apenas prolongou o desconforto causado pela fissura.

Dr. Fernando Valério




Diverticulite Aguda

O que é?

    Divertículos são formações saculares que podem ser encontradas em todo o tubo digestivo, localizando-se, entretanto, com maior freqüência ao longo do intestino grosso. Estas saculações são o resultado da fraqueza de alguns locais da parede do intestino grosso, principalmente na musculatura desta parede.
    Esta doença atinge 8% da população mundial, e aumenta progressivamente com a idade. Sabe-se que um terço das pessoas com mais de 60 anos apresentam divertículos intestinais. Em contrapartida, é menos freqüente em pessoas com idade inferior a 40 anos (2 a 5%).
    A diverticulite aguda ocorre devido à obstrução destes divertículos por fezes ou por alguns alimentos, o que levaria a um grande processo inflamatório na parede intestinal, associado a uma infecção do local. A diverticulite aguda é uma complicação comum na evolução e história natural da doença diverticular, e ocorre em 10 a 25% dos pacientes com divertículos intestinais.
    A evolução da diverticulite aguda pode ser para a resolução pelo tratamento clínico, ou então se complica pela formação de abscesso (pus), perfuração e peritonite (infecção da cavidade abdominal). De acordo com esta evolução, a diverticulite aguda se apresenta em quatro graus: (1) inflamação e infecção limitada à parede do intestino grosso; (2) abscesso (presença de pus) próximo ao divertículo comprometido; (3) perfuração do abscesso com vazamento de pus para toda a cavidade abdominal; e (4), o vazamento de fezes para a cavidade abdominal devido à perfuração do divertículo.
Sintomas

    Apesar da diverticulite aguda acometer qualquer idade, ela é mais comumente observada em pacientes com mais de 50 anos de idade. A dor é a sua principal característica, estando esta localizada no lado esquerdo do abdome. O sintoma doloroso é semelhante ao da apendicite aguda, só que no lado esquerdo. A dor tem um início lento, mas progressivo, tornando-se constante com a evolução do processo inflamatório, e se apresenta como cólica intestinal.
    Observam-se náuseas, mas os vômitos são infreqüentes, e quando presentes podem sugerir intenso processo inflamatório intestinal. A distensão do abdome é uma queixa freqüente, principalmente após as refeições. A febre é outro sintoma normalmente referido e, quando elevada, sugere a possibilidade de diverticulite com abscesso. Alterações do hábito intestinal, como diarréia e, principalmente constipação, também são muito comuns. Surtos repetidos de diverticulite aguda levam ao estreitamento do intestino grosso, causando distensão do abdome e alteração na forma das fezes (em fita ou “bolinhas”).
    Devido à proximidade do intestino grosso com a bexiga e o ureter, alguns pacientes referem sintomas semelhantes aos da infecção urinária, como a ardência ao urinar.
    Ao exame físico, o paciente refere dor à palpação do abdome, e dependendo da intensidade (abscesso ou peritonite), o exame é extremamente desconfortável para o paciente. Em alguns casos, o intestino grosso acometido pela diverticulite é facilmente palpável devido ao grande processo inflamatório ou à presença de abscesso volumoso.
    Diagnóstico

    O exame de sangue (hemograma) mostra um aumento das células de defesa (leucócitos), podendo ser este aumento discreto (diverticulite leve) ou intenso (abscesso e peritonite).
    A ultra-sonografia e a tomografia computadorizada do abdome são métodos úteis no diagnóstico da diverticulite aguda, pois mostram a inflamação da parede do intestino grosso, além da presença do abscesso. Nos casos que atendo em meu consultório, dou preferência à tomografia, já que este é um método de maior eficácia do que a ultra-sonografia no diagnóstico da diverticulite e das suas complicações, além de possibilitar o diagnóstico de outras doenças (ginecológicas e apendicite aguda), quando não se tem certeza se a causa dos sintomas é mesmo a diverticulite.
    Um outro exame importante no diagnóstico da diverticulite é o enema opaco. Neste exame injeta-se contraste no interior do intestino, e desta forma, o exame mostra a presença dos divertículos, do processo inflamatório na parede do intestino grosso, além, da diminuição do calibre do intestino. No entanto, este exame só pode ser realizado por médico experiente, pois a colocação do contraste no intestino gera um aumento da pressão em seu interior, o que levaria ao risco de perfuração do divertículo.
    Tratamento

    O tratamento depende da intensidade dos sintomas e da presença ou não de complicações. As diverticulites muito leves podem apresentar resolução em ambiente domiciliar, e os pacientes são orientados a fazerem dieta sem fibra, e recebem antibióticos para o tratamento da infecção associada, de analgésicos, para o tratamento dos sintomas dolorosos, de antieméticos para a prevenção de náuseas e vômitos e antigases, para a melhora da distensão abdominal.
    Nas formas não complicadas, nas quais o paciente apresenta dor mais forte, febre, desconforto à palpação do abdome e alteração no hemograma, o tratamento clínico deve ser indicado. O tratamento clínico consiste em hospitalização, jejum ou dieta leve para promover o “repouso intestinal”, e hidratação. Estes pacientes recebem antibióticos e analgésicos por via endovenosa (veia). Após a melhora dos sintomas dolorosos e do quadro infeccioso, a dieta é reintroduzida de forma progressiva. O tratamento clínico permite a cura em 70 a 85% dos pacientes com diverticulite aguda.
    O tratamento cirúrgico está indicado nos casos em que houve falha no tratamento clínico ou na existência de complicações, como o abscesso e a perfuração intestinal. A operação consiste na ressecção (retirada) da parte do intestino grosso comprometida pelos divertículos e pela diverticulite, com reconstrução do intestino (junção).
    Nos casos em que há uma grande infecção intestinal associada à presença de pus e fezes na cavidade abdominal, a ressecção do intestino também é realizada. No entanto, a reconstrução do intestino pode ser perigosa devido ao risco de fístula (vazamento) no local de junção das partes do intestino. Nestes casos, realiza-se uma colostomia (exteriorização do intestino grosso através da parede do abdome). Depois de resolvido o processo inflamatório e infeccioso por completo, o paciente é submetido à reconstrução do trânsito intestinal normal, com fechamento da colostomia. Este segundo tempo da cirurgia é realizado, em geral, dois meses após o primeiro tempo do tratamento cirúrgico.

Dr. Fernando Valério

Cisto Pilonidal

O que é?

     O cisto pilonidal é uma inflamação que ocorre na região interglútea, na pele em cima do cóccix e sacro. Esta é uma doença que afeta mais comumente os adolescentes e adultos jovens, com o pico de incidência na terceira década de vida. O sexo masculino está acometido em 80% dos casos.
    Como ocorre?

    O termo pilonidal vem do latin pilus, que significa pêlo, e nidus (cisto), que significa ninho. Desta forma, é assim que o cisto pilonidal se desenvolve. O pêlo da região superficial ao cóccix e o sacro cresce para dentro da pele, funcionando como um corpo estranho, que causa um processo inflamatório e infecção subseqüente. Este corpo estranho se aproveitaria da vulnerabilidade da pele destes pacientes, e se aprofundaria nesta região, formando então, o cisto pilonidal.
    O cisto pilonidal foi descrito pela primeira vez por um médico chamado Mayo, em 1883. Naquele período, se acreditava que o cisto fosse decorrente de um problema congênito da região. Atualmente a teoria mais aceita é de que o cisto pilonidal é realmente uma doença adquirida. A tendência que o cisto tem em recidivar é consistente com uma doença adquirida, já que caso contrário, a retirada do tecido mal formado resultaria na cura completa da doença.
     Sintomas

    Alguns pacientes são assintomáticos, mas apresentam uma pequena abertura na pele (orifício) da região sacro-coccígea, uns 5 cm acima do ânus. Os pacientes sintomáticos apresentam dor na região, edema (inchaço), vermelhidão, e saída de líquido purulento pelo orifício na pele. Em alguns casos, devido a intensidade do processo inflamatório e da infecção (abscesso), novos orifícios surgem na região, facilitando a saída espontânea do pus. Estes orifícios se comunicam por debaixo da pele, formando trajetos fistulosos, como se fossem “túneis”. Em alguns casos, devido a dor na região final da coluna (cóccix e sacro), algumas vezes o primeiro especialista a ser procurado é o ortopedista, que prontamente encaminhará o paciente ao proctologista.
    Mais comumente, os pacientes apresentam saída crônica de líquido purulento pelos orifícios do cisto pilonidal, com períodos de melhora dos sintomas. Ao exame, os orifícios são observados, e algumas vezes é possível notar a projeção do pêlo através destes orifícios. Com a pressão manual sobre os trajetos fistulosos, é possível visualizar a saída de um líquido seroso e purulento.

    Tratamento

    O tratamento nos casos que se apresentam inicialmente como um abscesso da região deve ser a drenagem cirúrgica do abscesso, com a conseqüente retirada da secreção purulenta. Esta drenagem pode ser realizada com anestesia local, raquimedular ou geral, dependendo da intensidade do caso. Em alguns pacientes, este é o tratamento definitivo, principalmente naqueles acima dos 30 anos de idade. Deve-se salientar de que este tipo de evolução ocorre em menos de 40% dos casos submetidos a drenagem do abscesso. Os antibióticos têm pouco efeito nestes casos, e só devem ser utilizados em infecções graves ou em pacientes com comprometimento da imunidade.
    No entanto, nos pacientes que apresentam a persistência do cisto, mesmo após a drenagem do mesmo, o tratamento cirúrgico está indicado. O procedimento cirúrgico ideal para estes casos é o que requer menor hospitalização, maior simplicidade técnica, e que tenha um baixo índice de recorrência da doença.
    Nestes casos, indico em meus pacientes a abertura do cisto, a curetagem (raspagem) da parede interna do cisto, a retirada dos pêlos e a cauterização da região. Ou seja, o cisto é convertido em uma ferida aberta, que cicatrizará com o passar dos dias. Os trajetos fistulosos são identificados através de uma pinça que entra em um dos orifícios na pele e sai em outro. Em seguida, o trajeto é aberto. Um aspecto importante durante a preparação para cirurgia é a retirada completa dos pêlos da região. O mesmo procedimento também deverá ser mantido no período pós-operatório, mantendo-se uma área de 3 a 4cm sem pêlos a partir da ferida. A maior vantagem deste método é a sua facilidade técnica, e a maior desvantagem, o tempo de cicatrização (4 a 6 semanas).
    Em geral, o paciente recebe alta hospitalar no dia seguinte ao da cirurgia, com orientação a respeito do curativo e sobre os analgésicos utilizados para o controle da dor. O curativo é realizado diariamente, com a lavagem da ferida com soro fisiológico, e colocação delicada de gazes. Desta forma haverá a cicatrização uniforme da ferida, até que em determinada fase desta cicatrização, a ferida estará quase fechada e não haverá a necessidade de colocação da gaze. É importante que o cirurgião ensine à pessoa que realizará o curativo o modo correto de realização do mesmo, evitando-se assim, dor desnecessária no momento da troca e melhores resultados.
    Nos casos recidivados e já submetidos a este tipo de cirurgia, outras técnicas mais complexas podem ser utilizadas, como o fechamento da ferida no momento da cirurgia. No entanto, isto implica em um maior tempo de internação hospitalar e maior dificuldade cirúrgica, devendo-se assim, reservar este tipo de tratamento para casos selecionados.

Dr. Fernando Valério

Câncer de Intestino Grosso ( Colorretal )

O que é?

    Câncer do intestino grosso, ou colorretal, significa a presença de tumor maligno em alguma parte do intestino grosso (cólon ou reto). O cólon tem como função a absorção de água e nutrientes dos alimentos ingeridos, enquanto o reto funciona como um reservatório de fezes, que serão eliminadas pelo ânus.
    O câncer colorretal é o 5º mais comum no Brasil, e a maior parte dos diagnósticos é realizada em pessoas com idades entre 50 e 70 anos. Em alguns pacientes portadores de alterações genéticas, o câncer pode ocorrer antes dos 50 anos. O sexo feminino é discretamente mais afetado do que o masculino. O melhor prognóstico do câncer de intestino grosso está relacionado à prevenção e ao seu diagnóstico em fases iniciais.
    Fatores de Risco

    Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer colorretal são a dieta rica em gorduras e pobre em substâncias com fibras, o sedentarismo (ou falta de exercícios físicos), a obesidade e o tabagismo. Sendo assim, os hábitos que previnem o surgimento do câncer do intestino grosso são uma dieta pobre em gordura e rica em frutas, verduras e cereais, o abandono do tabagismo, a realização regular de exercícios físicos e a manutenção do peso ideal.
    Outros fatores de risco para o câncer colorretal são a história familiar deste tipo de câncer, principalmente de parentes próximos (avós, pais, tios, primos de 1º grau e irmãos), a presença de doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e retocolite ulcerativa), além de doenças genéticas que causam o câncer de intestino grosso, como a polipose familiar adenomatosa e o câncer colorretal hereditário não polipóide (HNPCC).
Como ocorre o câncer colorretal?

    O desenvolvimento do câncer colorretal ocorre de duas formas: através do surgimento de lesões pré-malignas conhecidas como pólipos intestinais, ou através de alterações genéticas e hereditárias.
    O câncer que surge a partir dos pólipos intestinais é o mais comum (85% dos casos), sendo mais freqüente no lado esquerdo do cólon (sigmóide) e no reto, e acomete pessoas acima dos 50 anos. Os pólipos são lesões benignas, em geral assintomáticas, mas que têm um potencial para a malignização, ou seja, podem se tornar câncer com o passar do tempo. O aparecimento dos pólipos deve estar relacionado aos fatores ambientais, como dieta e tabagismo. Desta forma, a melhor prevenção para o câncer colorretal é a retirada destes pólipos através de endoscopia digestiva baixa (colonoscopia). Atualmente, a colonoscopia preventiva do câncer, com o objetivo de diagnosticar e retirar estes pólipos intestinais, e está indicada para todas as pessoas acima de 50 anos.
    Aproximadamente 15% dos tumores malignos do intestino grosso estão relacionados à hereditariedade, ou seja, estão presentes em pessoas com alterações genéticas, e são mais comuns em pacientes abaixo dos 50 anos. As duas doenças mais comuns são a polipose adenomatosa familiar (PAF) e o câncer colorretal hereditário não polipóide (HNPCC). A polipose adenomatosa familiar se caracteriza pelo surgimento de milhares de pólipos pré-malignos no intestino grosso devido a um erro genético. Como estes pólipos surgem na infância e adolescência, a chance de um dos pólipos se tornar um tumor de intestino durante a vida do paciente é de 100%. Devido a isto, estes pacientes devem ser submetidos à retirada de todo intestino grosso como forma de prevenção ao câncer.
    O câncer colorretal não polipóide hereditário tem como característica não apresentar uma lesão pré-maligna (pólipo), ou seja, surge do tecido normal do intestino. Aproximadamente 70% das pessoas que apresentam esta alteração genética desenvolverão câncer colorretal durante as suas vidas. Este tipo de tumor ocorre mais comumente no lado direito do cólon, tem um crescimento rápido, e pode estar relacionado com tumores de outros órgãos, como útero, ovários, estômago, rins e intestino delgado. O diagnóstico preciso desta doença é realizado através de estudos genéticos, e o paciente deve ser submetido a colonoscopia anualmente.
 Sintomas

    Em alguns casos, o câncer colorretal não apresenta sintomas, o que reforça ainda mais a necessidade de prevenção. Os casos em que os sintomas são muito evidentes, em geral, o tumor já pode estar em fase avançada, com chances menores de cura.
    Os sintomas mais comuns são a alteração do hábito intestinal, como a diarréia e a constipação, a alteração na forma das fezes (afiladas ou em “bolinhas”), a presença de sangue vivo ou escuro (coagulado) com as fezes, dor abdominal (principalmente cólica) e distensão abdominal, presença de muco (“catarro”) nas fezes, anemia e perda de peso.
    Como se observa, os sintomas do câncer de intestino grosso são muito comuns, e não devem ser banalizados. Desta forma, os pacientes devem sempre procurar um médico para orientação. Deve-se também lembrar de que nem todo sangramento anal ou nas fezes é causado por hemorróidas.
    Prevenção e Diagnóstico

    Alguns exames são realizados para a prevenção e diagnóstico do câncer colorretal, tais como a pesquisa de sangue oculto nas fezes, o enema opaco, a retossigmoidoscopia e a colonoscopia.
    A pesquisa de sangue oculto nas fezes se refere ao diagnóstico microscópico de sangue nas fezes do paciente, mesmo que o paciente não tenha percebido o sangramento. Nos casos com resultado positivo, o paciente deve ser encaminhado para a colonoscopia.
    O enema opaco é um método radiográfico (Raios X) em que se observa o intestino grosso após a introdução de contraste no intestino. Este método é pouco realizado para o diagnóstico de tumores de intestino, já que só observa lesões maiores e não permite a realização de biópsias.
    A retossigmoidoscopia é um exame endoscópico em que se observa o reto e o cólon sigmóide, locais do intestino grosso mais comumente afetados pelo câncer colorretal (70%), e é muito utilizado em check-ups. No entanto, devido ao aumento do número de casos de câncer em outros locais do intestino, este exame tem valor limitado atualmente. Mais do que isto, um resultado normal de retossigmoidoscopia não exclui de forma alguma a possibilidade de câncer em outro segmento do intestino grosso.
    A colonoscopia é o melhor exame para o diagnóstico e acompanhamento dos pacientes com câncer colorretal, já que permite o exame de todo o intestino grosso através de endoscopia. Outra vantagem da colonoscopia é a possibilidade de diagnosticar e, ao mesmo tempo, ressecar os pólipos e outras lesões do intestino que poderiam se transformar em tumores malignos. Em alguns casos, a colonoscopia consegue retirar até mesmo pólipos que já apresentam características malignas, mas que ainda não se aprofundaram na parede do intestino, ou seja, trata o tumor maligno do intestino grosso no estágio mais inicial.
    O antígeno carcinoembrionário (CEA) é uma substância presente no sangue em níveis muito baixos. No entanto, nos pacientes com câncer de intestino grosso, principalmente nas fases mais avançadas, o CEA se apresenta aumentado.
    Estadiamento

    O estadiamento do câncer de intestino grosso é baseado no grau de penetração da parede do intestino pelo tumor, na presença ou não de gânglios linfáticos comprometidos e na presença de metástase (tumor em órgãos distantes). Quanto menos a parede do intestino for penetrada pelo tumor, menor é a possibilidade de invasão dos gânglios linfáticos e de metástases, e maior é a chance de cura. Os índices de cura para o câncer colorretal são maiores que 90% quando o tumor é diagnosticado na sua fase inicial. No entanto, quando há o comprometimento dos gânglios linfáticos, essa taxa cai para 50%.
    Os principais órgãos comprometidos por metástases de tumores colorretais são o fígado (principal) e o pulmão. O diagnóstico destas metástases é realizado através de exames de imagem, como ultra-sonografia, radiografia (Raios-X), tomografia computadorizada e ressonância magnética.
    Tratamento

    O tratamento para o câncer colorretal consiste na ressecção (retirada) do tumor, através de cirurgia. Durante a cirurgia, o tumor é retirado junto com os gânglios linfáticos próximos a ele, e que podem estar comprometidos. Em seguida, o intestino é reconstruído, unindo-se os segmentos que estavam próximos ao tumor. Felizmente, o organismo se adapta muito bem à retirada desta parte do intestino, e o seu funcionamento volta ao normal em alguns meses.
    Nos casos de tumores de reto, quando muito próximos ao ânus, após ressecado o tumor e reconstruído o trânsito intestinal, realiza-se uma colostomia de proteção. Colostomia é o nome dado à exteriorização do intestino grosso na parede abdominal, sendo que as fezes são coletadas em uma pequena bolsa fixada na pele do paciente. A colostomia de proteção é temporária, e tem como objetivo permitir uma melhor cicatrização do reto.
    Nos pacientes em que a musculatura do ânus foi comprometida pelo tumor do reto, deve-se realizar a retirada do reto e de todo o canal anal. Desta forma, o paciente necessitará conviver com uma colostomia definitiva. Deve-se lembrar, no entanto, que com o avanço das técnicas cirúrgicas e dos tratamentos adjuvantes (quimioterapia e radioterapia), este procedimento é cada vez menos comum.
    A cirurgia também tem como objetivo a identificação e tratamento de metástases, principalmente as localizadas no fígado.
    Quimioterapia e Radioterapia

    A cirurgia é a principal forma de tratamento para o câncer colorretal. No entanto, em alguns casos há a presença microscópica de tumor, e que não é completamente ressecada durante a cirurgia. Nestes casos, deve-se realizar a quimioterapia (cólon) ou a quimio/radioterapia (reto). Sabe-se hoje, que estes tratamentos aumentam a chance de cura dos pacientes em que o tumor não está apenas localizado na parede do intestino, e já atingiu os gânglios linfáticos ou outros órgãos.
    Nos tumores de cólon, a quimioterapia está indicada após a cirurgia, e é realizada naqueles pacientes em que houve comprometimento dos gânglios linfáticos, metástase ou cirurgia de emergência devido ao tumor intestinal (obstrução e perfuração do tumor).
    Nos tumores de reto, realiza-se quimioterapia associada à radioterapia, e estes tratamentos podem ser realizados antes ou após a cirurgia. Quando realizados antes da cirurgia, têm como objetivo diminuir o tamanho do tumor, reduzir a extensão do comprometimento dos gânglios linfáticos e facilitar a cirurgia. Após a cirurgia, tem as mesmas indicações que o tratamento para o câncer de cólon.

Dr. Fernando Valério




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